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Megafósseis viram enfeites em casas de ribeirinhos no interior do Amazonas


Fósseis de animais gigantes que viveram há milhares de anos na Amazônia viraram enfeites exóticos em casas de ribeirinhos e de moradores de Eirunepé, no sul do Amazonas.

Os megafósseis, segundo a paleontóloga Rosemery Silveira, existem de forma vasta nesse município, mas a falta de pesquisas para estudar o cenário na localidade e também para orientar os moradores sobre o que isso representa, faz com que muitos desses objetos não tenham a devida importância histórica reconhecida.

“Eles [os moradores]não fazem por maldade. Desconfiam se tratar de um vertebrado por associar os formatos a ossos de animais conhecidos, mas por causa da diferença de tamanho, muitos não sabem mesmo do que se trata”, disse.

De acordo com Rosemery, que também é responsável pelo laboratório de Paleontologia da Universidade Federal do Amazonas (Ufam), são considerados fósseis todo e qualquer vestígio de ser vivo preservado em rocha, ou seja, petrificado, e com idade superior a 11 mil anos. Ela afirmou que as peças já resgatadas no município possuem de 3 a 23 milhões de anos de idade.

Na opinião da especialista, as pesquisas sobre os megafósseis são fundamentais para a identificação dos seres que viveram na Amazônia e em outras regiões do país. Isso poderá contribuir, por exemplo, para entender como se processaram as mudanças climáticas na Terra, a contar do período pré-histórico até os dias atuais.

“Como as rochas do Rio Amazonas são parecidas, é muito provável que os municípios vizinhos também tenham o mesmo conteúdo de fósseis. O que está faltando é uma investigação detalhada dessas áreas”, acrescentou Rosemery.

O geólogo Fernando Burgos, do Departamento Nacional de Pesquisa Mineral (DNPM) em Manaus, afirmou que não há em curso nenhum trabalho específico no Amazonas para levantamento de informações sobre os sítios paleontológicos. Mesmo assim, ele garante que estudos nessa área estão dentro da programação do DNPM, por orientação do próprio governo federal, e que a melhor época para essas pesquisas seria entre setembro e outubro, quando o nível dos rios está mais baixo.

“Com o rio cheio não dá para ver o material, mas com o rio baixo, fica fácil de observar e coletar esses fósseis”, explicou.

Desde os anos 70, a Ufam estuda os fósseis encontrados na região. No laboratório de Paleontologia, em Manaus, podem ser encontradas ossadas de animais pré-históricos, cabeças de jacarés de grande porte e outros elementos que comprovam presença de vida animal na Amazônia há milhares de anos, incluindo estranhos animais, com dimensões impressionantes.

Entre os megafósseis encontrados no Amazonas, estão partes do gigantesco Purussaurus, que foi o maior crocodilo que já habitou a América do Sul e podia atingir até 18 metros de comprimento.

Estima-se que só na América do Sul, cerca de 46 gêneros de grandes mamíferos tenham se extinguido. As mudanças climáticas estão entre as hipóteses mais prováveis para explicar as extinções desses animais. 

Amanda Mota/Agência Brasil

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