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Linhão é obstáculo de Jirau para a venda ao mercado livre




SÃO PAULO - A Energia Sustentável do Brasil (ESBR) anunciou ontem que porá à venda, por meio de leilão público, o primeiro lote de energia da hidroelétrica de Jirau. O início do fornecimento se dará quatro meses depois da entrada em operação comercial da usina que, segundo cronograma oficial entregue à Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), está prevista para março de 2012 com duas turbinas. O conselho de administração da companhia se reunirá na primeira semana de outubro para definir o volume de energia a ser colocado no mercado.

Segundo o presidente da ESBR, Victor Paranhos, essa diferença entre o início da operação comercial da usina e o fornecimento ao mercado livre se dá em função das dúvidas sobre a disponibilidade da linha de transmissão que escoará a maior parte da energia das usinas do Madeira para o submercado centro-oeste/sudeste, destino dessa venda marcada para outubro. O Linhão do Madeira, como é conhecido, ainda não teve o licenciamento ambiental emitido pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama).

"Essa venda que estamos promovendo depende do Linhão, até por isso estamos vendendo pouco", afirmou o executivo. "Acreditamos que no mês que vem saia o licenciamento ambiental, mas mesmo assim o consórcio vencedor terá de voar para entregar a obra em tempo", completou ele.

O leilão de linhas de transmissão que ligará as usinas do rio Madeira, em Rondônia, ao sistema interligado nacional (SIN) foi concluído no final de novembro de 2008. Dividido em sete lotes, a Eletrobras saiu como a maior vencedora da disputa. Por meio de sociedade em dois consórcios -o Integração Norte Brasil (Eletronorte 24,5%, Eletrosul 24,5%, Abengoa 25,5% e Andrade Gutierrez 25,5%) e o Madeira Transmissão (Cteep 51%, Furnas 24,5% e Chesf 24,5%)- a estatal ficou com cinco trechos, incluindo os maiores, que ligam as cidades de Porto Velho (RO) e Araraquara (SP), com 2.375 km de extensão.

O leilão será conduzido pela Comerc Comercializadora de Energia e acontecerá no dia 20 de outubro, data em que a ESBR divulgará o preço mínimo de venda e o volume de colocará no mercado. A energia faz parte da cota de 30% que a empresa tem direito a vender no ambiente livre e da antecipação de geração, que pode ser comercializada integralmente no mercado livre, onde os preços são mais elevados que os contratos para o mercado regulado.

Longo prazo

Segundo Paranhos, a empresa tem mais interesse nos contratos de longo prazo em razão da perspectiva de crescimento da demanda industrial. Porém, explicou, mesmo com a retomada do consumo industrial o mercado ainda está sem uma referência de preços para longo prazo.

Quando o fornecimento da usina de Jirau ao mercado livre começar, a capacidade de geração assegurada será de pouco mais de 1 mil MW médios com 14 turbinas. Em março, mês em que está previsto o início da operação comercial das duas primeiras unidades geradoras, essa energia será de 149,3 MW médios e será elevada até 2.045,7 MW médios. A meta da empresa, porém, é aumentar em seis o número total de turbinas da usina (de 44 para 50), o que elevaria a potência de 3,3 mil MW para 3,75 mil MW.

A ESBR tem como sócios GDF Suez (50,1%), Camargo Corrêa (9,9%), Chesf (20%) e Eletrosul (20%), ambas subsidiárias da Eletrobras. O lance vitorioso oferecido foi de R$ 71,40 MWh, o que representou um deságio de 21,5% sobre o preço-teto de R$ 91MWh estabelecido pela Empresa de Pesquisa Energética (EPE).

Ibama

Ontem terminou o prazo das audiências públicas que o Ibama havia indicado para a discussão do Estudo de Impacto Ambiental e Relatório Impacto Ambiental (EIA/Rima) para essa linha de transmissão. Apesar de as discussões ainda estarem neste patamar, autoridades do setor elétrico, como o diretor brasileiro de Itaipu, Jorge Samek, acreditam que o fato de o documento não ter sido expedido não preocupa. "Está fácil de licenciar", resumiu.

 

Fonte: DCI/MAURÍCIO GODOI
 

 

 

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