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Jirau: Sistema de radiotelemetria ajuda a monitorar peixes no rio Madeira


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A dourada, uma espécie de bagre da Amazônia, é o peixe que faz a maior migração de água doce do planeta para se reproduzir. Percorre distâncias superiores a 4.000 km, desde o estuário amazônico até a área pré-andina na Colômbia, Peru e Bolívia, onde costuma desovar. Há tempos pesquisadores vêm tentando estudar os hábitos desses animais que dominam as águas amazônicas, mas as técnicas utilizadas até então requeriam anos, muitas vezes décadas, para obter informações, que nem sempre eram precisas.

Agora, biólogos do Programa de Conservação da Ictiofauna, desenvolvido pela Energia Sustentável do Brasil na área de influência da Usina Hidrelétrica Jirau, apostam na radiotelemetria para desvendar os mistérios dos grandes bagres da Amazônia. A técnica, inédita para essas espécies, consiste na implantação ou fixação de rádios transmissores no corpo dos peixes a serem estudados. No caso de Jirau, em 120 animais de cinco espécies-alvo: dourada, zebra, babão, tambaqui e pirapitinga.

A aplicação da técnica começou no último mês de março, com a instalação do sistema de rastreamento. As primeiras marcações, nome que se dá à implantação dos rádios transmissores nos animais, foram feitas no final de abril. Até agora 13 peixes foram marcados. “Nessa primeira fase o objetivo principal do estudo é verificar se a técnica funciona para monitorar os grandes bagres da Amazônia. Nós já aplicamos essa tecnologia desde 2001, em estudos nas bacias hidrográficas dos rios Uruguai e Paraná, no sul do País, e lá foi bem eficaz. Aqui acreditamos que também vai dar certo”, informa a bióloga Lisiane Hahn, da Neo Tropical Consultoria Ambiental, contratada para execução do estudo em Jirau, explicando que com base nas informações geradas por esse sistema, mais do que conhecimento sobre os animais, medidas de conservação dessas espécies e de mitigação dos impactos poderão ser aplicadas.

 

O sistema fixo de rastreamento possui sete estações: duas localizadas em Santo Antônio, duas na Cachoeira do Teotônio e três na Usina Jirau. As antenas aéreas são conectadas, via cabo, a receptores que armazenam dados, como dia, hora – com precisão de segundos, código e velocidade de cada peixe que passou próximo ao captador de frequência. “O rádio transmissor emite um sinal a cada dois segundos e meio, que será captado pelas antenas localizadas entre a Usina Jirau e as demais, ou também por monitoramento móvel, onde uma antena é fixada numa embarcação”, explica a bióloga.

Peixes capturados precisam ser devolvidos

Como os peixes marcados são soltos novamente no rio, para fornecerem os dados de sua migração, caso pescadores os capturem, os pesquisadores pedem que devolvam os animais à água. A marca eletrônica possui uma antena, que tem a aparência e consistência de um fio de nylon e fica localizada na cavidade abdominal do peixe, o que possibilita a identificação.

Segundo o diretor de Meio Ambiente e Sustentabilidade da Energia Sustentável do Brasil, Antonio Luiz Abreu Jorge, a marcação também está sendo divulgada nos terminais pesqueiros, para que os pescadores tomem ciência do estudo e saibam como comunicar a localização de um peixe marcado. Além disso, a marca traz três números de telefone, para os quais as pessoas poderão ligar para devolver o aparelho. “Para o estudo, mais importante que o aparelho transmissor é a informação que esse pescador vai nos trazer, da localização, horário, local e características desse indivíduo. Por isso, pedimos aos pescadores que capturarem tais peixes, que entrem em contato conosco para que tenhamos esses dados”, conclui o diretor.


Fonte: Comunica
 

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