Jirau e Santo Antônio prestam esclarecimentos à CPI

A Comissão Parlamentar de Inquérito, que investiga as possíveis irregularidades nas obras das usinas do Rio Madeira, se deteve à questionar desta vez, os representantes dos dois consórcios, o engenheiro Édio Laudelino Luz da Enersus - Energia Sustentável de Jirau e o diretor de Sustentabilidade do Consórcio Santo Antônio Energia, Carlos Hugo Annes, na manhã desta terça-feira(01). 

Ao ser questionado pelos parlamentares o Engenheiro Édio Laudelino Luz, por várias vezes, demonstrou desconhecimento aos vários assuntos relacionados à obra. O presidente da comissão deputado Tiziu Jidalias(PP-Ariquemes), perguntou aos dois consórcios qual a atitude de ambos em relação à morte de vários peixes. De acordo com o representante do consórcio de Santo Antônio, o que aconteceu foi um fato natural. “As mortes de peixes que ocorreram recentemente referem-se à um evento natural cíclico, que na verdade já é de conhecimento da polícia ambiental e da população. Apenas uma única vez, que essas mortes estiveram relacionadas com a obra, o que foi impossível de ser evitado”. Afirmou, Annes. 

No caso de Jirau, o engenheiro Édio Luz, disse que nunca houve se quer a morte de peixes no canteiro das obras. “No sítio de nossa obra, o índice de morte de peixes é zero”. Destacou. 

Ao serem indagados sobre a participação do Estado no processo de licenciamento ambiental, os dois consórcios divergiram nas respostas. Para Jirau, a pergunta não pode ser respondida, uma vez que não participou do processo de licenciamento. “Eu só posso afirmar que o Estado não ficou alheio à esse processo, e que cabe ao IBAMA fornecer esse licenciamento, já que trata-se de um rio com características federais. Outras perguntas sobre esse assunto não cabe à mim responder. Disse, o engenheiro. 

Santo Antônio, afirmou que o Estado participou do processo de licenciamento da obra, o que diverge das informações prestadas pela SEDAM, que afirma não ter sido procurada para as discussões e participação no processo de licenciamento ambiental. 

Quanto à extração da madeira, o consórcio Enersus, disse que toda a madeira retirada das áreas estão sendo estocadas e serão destinadas de forma social. “Nós estamos trabalhando de forma social, já entramos em contato com as madeireiras da região para que essa retirada seja á custo zero”. Disse. 

Santo Antônio afirmou que a madeira extraída do local também está sendo feita de forma legal e sustentável e negou a compra de madeiras de outros Estados. “Toda madeira retirada tem um destino legal e na verdade social. A única madeira adquirida em outros Estados é a madeira industrial, como o madeirite”. Afirmou. 

Para o deputado Valter Araújo a resposta do representante do Consórcio Enersus, não foi satisfatória. “O senhor me desculpe, mas essa sua resposta não me convence. Até porque o consórcio Enersus, perdeu na justiça, por duas vezes, o direito de estar realizando essa extração, então isso significa que vocês estão trabalhando de forma irregular”. Ressaltou o parlamentar. 

As compensações, somando os dois empreendimentos, giram em torno de R$ 400.000.000,00 (quatrocentos milhões de reais). 

No caso de Jirau os valores correspondem à R$193 milhões de reais e no caso de Santo Antônio chegam à R$ 201 milhões de reais. 

“No caso dessas compensações há uma diferença de cerca de 70 milhões de reais entre os dois consórcios. A dúvida que fica no ar é, porque dessa diferença? Alguém está sendo prejudicado, ao que me parece o Estado de Rondônia está perdendo recursos e nós vamos buscar esclarecer essas dúvidas. Ressaltou, Tiziu. 

Ainda durante a reunião, foram destacados o caos na saúde e no trânsito de Porto Velho. 

“A única finalidade dessa CPI é de defender os interesses do povo”.Finalizou Tiziu.

Fonte:  Neth Fiorentino.