Quarta-feira, 5 de agosto de 2009 - 11h50
A GDF Suez, principal acionista da usina hidrelétrica de Jirau, fechou com a corretora JLT o seguro da hidrelétrica que está sendo construída no rio Madeira. O valor segurado foi de R$ 7,3 bilhões em duas apólices que cobrem o risco de construção e engenharia, combinados com uma cláusula de atraso de partida (”delay start up”) e o risco operacional. A apólice da hidrelétrica é uma das maiores apólices firmadas no Brasil até hoje. Menor apenas do que o seguro da hidrelétrica Santo Antonio, vizinha de Jirau no rio Madeira, no valor de R$ 9,5 bilhões.
A apólice de Santo Antonio foi firmada com um pool de seguradoras que inclui garantia de performance das obras. Santo Antonio tem como sócios a Construtora Norberto Odebrecht, Furnas, Andrade Gutierrez, Cemig e um fundo de investimentos formado pelos bancos Banif e Santander. O valor do seguro de Santo Antonio é maior porque a obra é mais cara do que Jirau.
Riscos cobertos
O vice presidente da JLT Re-Brasil, Rodrigo Protasio, explica que foi criado um limite máximo de indenização combinado atraso de partida e danos materiais de até R$ 2 bilhões. A apólice também traz como novidade o fato de ter, na mesma cobertura, o risco de engenharia, atraso de partida – nada desprezível considerando que a usina terá 46 turbinas geradoras de energia, grande parte importadas da China – e riscos operacionais.
“A apólice cobre a pré-operação e operação dessas turbinas até que o local fique pronto e toda a usina esteja operacional. E aí ele migra para um seguro operacional”, afirma Protasio, explicando que estão cobertos. A obra também tem um tem um seguro de lucros cessantes por interrupção do negócio. “A abertura do mercado e a conjunção de fatores causados pela crise internacional, em que muitos seguradores brasileiros estão pensando em sair dos grandes riscos, conseguimos pegar o mesmo negócio e fazer duas apólices para cobrir o mesmo risco”, afirma.
Sem discussão de prejuízo
Eduardo Sattamini, gerente de projetos da GDF Suez Energy, explica que dessa forma a empresa evita o conflito caso seja necessário definir se o problema, caso ocorra, foi na engenharia ou na operação. “Então se fez as duas coberturas dentro de uma única apólice. Evita conflito em situações híbridas como essa, em que vamos ter turbinas entrando em operação ao mesmo tempo em que outras estarão em construção”, diz. “Isso dá mais conforto ao empreendedor e ao financiador, porque ele sabe que não vai haver discussão sobre quem vai arcar com um prejuízo, já que a apólice é a mesma, com os mesmos seguradores para cobrir os dois riscos”, complementa Sattamini.
Jornal Valor Econômico
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