Itaipu vai utilizar transformadores que suportam oscilações ultrarrápidas de tensão

 

 

A usina hidrelétrica de Itaipu (14.000MW) vai receber dois transformadores capazes de suportar oscilações ultrarrápidas de tensão. Produzidos pela Weg, fabricante de motores e sistemas elétricos industriais, os equipamentos foram testados por meio da tecnologia inovadora chamada de VFT (Very Fast Transient), que é um tipo de ensaio feito com os transformadores para assegurar que descargas de qualquer natureza, interna ou externa, e eventuais perfurações do isolamento não afetem a operação.

Os surtos de VFT foram gerados através do corte das ondas no meio gasoso (SF6), utilizando-se de dispositivos de teste desenvolvidos pela WEG para esta finalidade. O conjunto total dos ensaios durou aproximadamente dois meses.

Segundo o diretor da WEG Transformadores, Carlos Diether Prinz, é a primeira vez que esse tipo de aplicação nos transformadores é utilizada. “Por ser um processo muito complexo, de risco e de alto custo, nenhuma empresa no mundo havia feito ainda”, diz.

Sediada em Jaguará do Sul (SC), a Weg ganhou este contrato de suprimento por meio de licitação, que lhe rendeu R$13,6 milhões de reais. Para o projeto de Itaipu, a WEG investiu R$8 milhões em equipamentos de ensaios e na construção de um novo laboratório para a realização dos testes nos transformadores de grande porte.

O lado brasileiro da usina receberá uma máquina de 256MVA e 550KV de 60Hz que será instalado como equipamento de reposição. Já o lado paraguaio receberá um equipamento de 275MVA e 550KV de 50Hz. Produzidos na fábrica da WEG Transformadores, em Blumenau (SC), os dois transformadores de força, com mais de 200 toneladas cada, começam a operar em uma subestação isolada a gás (GIS) no início do próximo ano.

Segundo o diretor-técnico da Itaipu Binacional, Mário Ozelame, é provável que, como a usina é pioneira nesse tipo de teste, passe agora a exigir dos fornecedores a tecnologia VFT.

Nos últimos três anos, a Weg Transformadores investiu cerca de R$56 milhões. A produção da companhia atualmente se concentra em 8 parques fabris localizados no Brasil (Guaramirim, Blumenau, São Bernardo do Campo, Manaus, Gravataí, Hortolândia e dois em Jaraguá do Sul, sede da empresa), três na Argentina, dois no México, um na China e Portugal. 

Por Leandro Tavares, de Jaraguá do Sul e Blumenau (SC)*