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Energia e Meio Ambiente - Internacional

Iniciada a montagem do tubo de sucção da primeira turbina da UHE Santo Antônio


O Consórcio Construtor Santo Antônio (CCSA) realizou na manhã de hoje, quarta-feira, dia 18, a montagem do tubo de sucção da primeira turbina modelo Bulbo. A montagem aconteceu no local que receberá a estrutura da casa de força número um, na margem direita do canteiro de obras. Essa etapa ocorreu dentro do prazo previsto para a antecipação do início da geração de energia em dezembro de 2011, um ano antes da data pactuada com a Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica).
O tubo de sucção, localizado na saída de água da turbina, é a primeira peça eletromecânica da obra e tem a função de restituir a água para o chamado canal de fuga, ou seja, para o caminho natural, no leito do rio. (CLIQUE E VEJA FOTOS).
A montagem do tubo de sucção começou com a descida de duas virolas, que são anéis de aço com 7 m de diâmetro, 2,40 m de altura e peso total de 17.500 quilos. Na próxima semana serão colocadas mais duas virolas, sendo a maior delas com 11 metros de diâmetro, de forma que fiquem quatro virolas em cada unidade geradora. Depois da conclusão da montagem do tubo de sucção prossegue a concretagem da casa de força
Até o mês de dezembro os tubos de sucção das unidades 1 e 2 estarão completamente montados.
UHE Santo Antônio
A UHE Santo Antônio será a terceira maior usina hidrelétrica do país em energia assegurada. Investimento de R$13,5 bilhões, terá potência instalada de 3.150 megawatts (MW), o suficiente para suprir a necessidade de energia de 10 milhões de residências. Todas as atividades estão sendo desenvolvidas com o objetivo de iniciar a geração de energia em dezembro de 2011, um ano antes da data pactuada com a Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica). A conclusão da obra, com o funcionamento da última turbina, está prevista para 2015.
Como tudo começou
A construção de uma usina hidrelétrica na região Amazônica, mais especificamente no rio Madeira, em Porto Velho (RO), começou a ser pensada em 2001, quando a Construtora Norberto Odebrecht formou um consórcio com Furnas Centrais Elétricas S. A.
Naquele ano, o Brasil não conseguiu evitar a crise energética que culminou no racionamento de energia. A escolha da região Amazônica se justifica pelo fato do Sul e Sudeste do Brasil já terem usado praticamente todo o seu potencial hidrelétrico. Em contrapartida, apenas 10% do potencial hídrico da Amazônia havia sido aproveitado.
Inicialmente, a idéia soou como piada. Muitas pessoas não acreditavam que seria possível construir uma usina na região Amazônica com a atual legislação ambiental, uma das mais modernas e avançadas do mundo, sem comprometer uma das maiores diversidades biológicas do planeta. Outros, achavam impossível a existência de uma usina hidrelétrica em um rio das dimensões do Madeira, e que tem este nome justamente pelo fato da força de suas águas arrastar árvores inteiras.
Mesmo com o descrédito de algumas pessoas, a proposta foi mantida e ganhou o nome de Usina Hidrelétrica Santo Antônio, uma referência à pequena cachoeira localizada no trecho do Madeira onde as obras ocorreriam. A idéia ficou alguns anos no papel à espera da expedição das licenças e do sinal verde do governo federal, até que em setembro de 2008 as obras começaram.
Atualmente, as obras da UHE Santo Antônio contam com mais de 7 mil funcionários. Dos funcionários diretos e indiretos, 84% são oriundos de Rondônia que passaram pelo Programa de Qualificação Profissional Continuada - Acreditar.
Para quem duvidou, a UHE Santo Antônio é uma realidade. Incluída no PAC (Programa de Aceleração do Crescimento, do governo federal), a usina, além de fornecer energia para Rondônia e o Brasil, está proporcionando o desenvolvimento econômico, tecnológico e social do Estado.
 
A usina
 
Muitas usinas hidrelétricas usam reservatórios tradicionais, também chamados de “reservatórios de acumulação”, que reservam água para que mesmo em período de seca a energia continue a ser gerada. Este processo provoca a formação de grandes lagos e, consequentemente, o alagamento de extensas áreas. Outra característica desse tipo de reservatório é que ele necessita de queda d'água para movimentar a turbina, que é vertical. Para isso, as barragens têm em média 55 metros de altura.
 
Já a usina a fio d'água, como é o caso da UHE Santo Antônio, não necessita do acúmulo, mas sim, vazão da água, justamente uma das principais características do rio Madeira. Este mecanismo também não requer grandes quedas d'água, evitando que o barramento tenha altura elevada e provoque grandes alagamentos. Para se ter uma idéia, o desnível provocado pela Usina Santo Antônio será de apenas 13,9 metros de altura.
 
O reservatório da Usina Santo Antônio terá 271 quilômetros quadrados, dos quais 164 serão a própria calha do rio. A área de alagamento, portanto, corresponderá a 107 quilômetros quadrados das margens do rio Madeira, ou seja, como os reservatórios não formarão grandes lagos, as áreas inundadas serão pouco superiores às correspondentes aos períodos de cheias anuais do Madeira, reduzindo o impacto ambiental.
 
Relação área de reservatório/potência instalada de usinas hidrelétricas da região Amazônica
 
Usinas Hidrelétricas da região Amazônica
USINAS NA REGIÃO AMAZÔNICA
ÁREA DOS RESERVATÓRIOS (km²)
POTÊNCIA (MW)
RESERVATÓRIO / POTÊNCIA (km² / MW)
UHE Balbina
2.360
250
9,44
UHE Samuel
584
217
2,69
UHE Manso
387
210
1,84
UHE Tucuruí
1ª Etapa
2ª Etapa
2.414
4.000
8.000
0,61
0,30
UHE Santo Antônio
271
3.150
0,09
 
Graças a este modelo de operação adotado e com a utilização de turbinas tipo Bulbo (em um total de 44 turbinas), a relação área de reservatório/potência instalada será menor do que a maioria das unidades hidrelétricas em operação no país. Isso significa que a Usina Santo Antônio será capaz de produzir mais energia com menor área alagada, o que é melhor para o meio ambiente.
 
Curiosidades
Até o final da obra de construção da Usina Hidrelétrica Santo Antônio, em 2015, serão removidos cerca de 20 milhões de metros cúbicos de rocha e 33 milhões de metros cúbicos de terra.
A usina consumirá ainda cerca de três milhões de metros cúbicos de concreto. O volume de concreto usado até o mês de setembro corresponde a 45.905 metros cúbicos.
Até o final da obra, serão usadas 725 mil toneladas de cimento.
Economia acelerada faz Rondônia caminhar na contramão da crise
 
A implantação de uma matriz energética limpa e abundante está abrindo um leque de oportunidades de investimentos jamais visto na história de Rondônia.
 
Os números comprovam a afirmação. A ocupação média dos hotéis de Porto Velho, que em 2007 foi de 60%, chegou aos 95% em 2008. O índice permanece em 2009, chegando aos 100% em várias épocas do ano. A frota de veículos do Estado, que em 2003 foi de 237 mil, já se aproxima de meio milhão. Nos últimos 13 meses, mais de 4 mil novas empresas foram abertas em Rondônia, o que aponta para um novo fluxo de migração: empreendedores em sintonia com essa nova fase de desenvolvimento e suas oportunidades.
 
Dados do Sine (RO) referentes aos meses de janeiro a agosto de 2009 indicam 10.057 vagas captadas na construção civil no Estado. O número representa um crescimento de 211%, se comparado ao total de vagas captadas durante todo o ano de 2008.
 
Consórcio Construtor Santo Antônio (CCSA)
O Consórcio Construtor Santo Antônio (CCSA) é o responsável pela implantação da Usina Hidrelétrica Santo Antônio, cabendo a ele o fornecimento do projeto, das obras civis, dos equipamentos eletromecânicos, montagem eletromecânica e comissionamento. Os membros do CCSA são: Consórcio Santo Antônio Civil (CSAC), Grupo Industrial do Complexo Rio Madeira (Gicom) e Odebrecht Engenharia e Construção (OEC). 
O CCSA assumirá nos próximos meses o posto de maior empregador da região Norte. Comparando com a região Centro-Oeste, é hoje o terceiro empregador, mas se tornará o segundo a partir de 2010. Em comparação com o Nordeste, ocupará a quarta posição no próximo ano. Com relação ao Brasil, o CCSA é hoje o 96° empregador, preparando-se para ocupar a 42° posição até 2010, superando a CSN (RJ), Usiminas (MG), Vale (PA) e as montadoras Honda, Renault e Mitsubishi, juntas. 
 
Fonte: Carla Nascentes
 
 

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