Indefinição sobre custos de Belo Monte deixa empresas na dúvida

As incertezas sobre o custo real das obras da hidrelétrica de Belo Monte, no rio Xingu (PA), atrasam a definição dos membros dos consórcios que disputarão o leilão previsto para ocorrer até o fim deste ano. As informações são do jornal Folha de São Paulo.

Wilson Ferreira, que é presidente da CPFL Energia, um dos grupos interessado em participar do leilão, disse à Folha que a composição do consórcio dependerá da verificação de quanto vai custar o empreendimento. De acordo com ele, também depende da indicação desses custos a definição da quantidade de empreendedores que será necessária.

As diversas previsões sobre o valor da hidrelétrica são discordantes. A CPFL apontou investimento de R$ 25 bilhões, enquanto a Eletrobrás, dona do projeto, fala em R$ 20 bilhões. Já a Alston, potencial fornecedora de turbinas à usina, aponta preço superior a R$ 30 bilhões.

A Empresa de Pesquisa Energética (EPE) revisou custos, reduzindo o número de turbinas previsto para a hidrelétrica, e disse que o empreendimento poderá ser realizado com R$ 16 bilhões. A CPFL Energia deve liderar um consórcio, compondo com a NeoEnergia, controlada pela Previ - fundo de pensão dos funcionários do Banco do Brasil - que também detém um bloco de 31% das ações do Grupo CPFL.

A construtora Camargo Corrêa, outra sócia da CPFL, pode integrar o grupo. Ferreira acredita que há chances de se formarem dois consórcios, com a chegada de estrangeiros como o grupo Suez, que detém ativos administrados pela Tractebel no Brasil.

Gérard Mestrallet, presidente mundial da GDF Suez, disse à Folha que sua participação no leilão depende da análise de questões financeiras, sociais e ambientais do projeto.

Por outro lado, os empreendedores demonstram estar satisfeitos com as condições de financiamento apresentadas pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), que prevê o prazo de 25 anos para pagamento do empréstimo e a elevação do percentual de financiamento de 70% para 80% do investimento.

Envolverde/Amazonia.org