Terça-feira, 30 de junho de 2009 - 16h23
Durante o seminário "Vacina contra a malária: histórico, estado atual e perspectivas", realizado semana passada na Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP), o epidemiologista Luiz Hildebrando Pereira da Silva, do Instituto Pasteur, apontou que o Brasil poderá ter, em breve, um aumento da incidência da malária em regiões onde estão sendo construídas usinas hidrelétricas e estradas.
"O mosquito Anopheles, vetor da malária que carrega o parasita, não existe na floresta, mas apenas próximo às aglomerações humanas. Essas construções trazem depósitos de água artificiais e trabalhadores de fora, que não são imunes à doença como os moradores dessas regiões. Isso cria condições para a disseminação do parasita", explicou.
Segundo Hildebrando, em regiões ribeirinhas há pessoas imunes à malária, devido ao contato prolongado e repetido com o parasita, mas que são portadores do plasmódio. Por isso, infectam o mosquito, que levam a doença para os trabalhadores ou pescadores que chegam depois à região, mas não moram ali.
O cientista destaca que a construção da hidrelétrica Santo Antônio, no rio Madeira, próxima a Porto Velho, é um exemplo de local onde deverá haver uma situação crítica, já que se espera a chegada de cerca de 20 mil trabalhadores de outras regiões que, portanto, não têm imunidade.
"Constatamos que a incidência de picadas do Anopheles nessa região é de 40 por hora em cada pessoa, à noite. Essa característica torna os trabalhadores do período noturnos altamente vulneráveis à doença", afirmou.
Agência da Fundação de Amparo à Pesquisa de São Paulo (Fapesp)
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