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Hidrelétrica peruana pode aumentar a energia assegurada das usinas do Rio Madeira


Usina de Inambari, que terá grande reservatório, poderá liberar água nos períodos secos para os empreendimentos brasileiros 
  
Os projetos de integração energética na América Latina podem beneficiar as usinas de Santo Antônio e Jirau, no Rio Madeira, aumentando sua energia assegurada. Pelo menos é isso que consta no projeto Cier 15, realizado pelo Comitê de Integração Energética Regional e que deverá ser concluído em dezembro deste ano. O projeto tem por objetivo estudar a viabilidade técnica, econômica e regulatória para a interconexão elétrica e de gás natural dos países que formam a América Latina. O estudo foi apresentado nesta quinta-feira, 15 de outubro, durante o Seminário Internacional Interconexões e Negócios em Geração e Transmissão, pelo presidente da PSR Consultoria, Mário Veiga. A consultoria brasileira conduziu os estudos do projeto juntamente com as consultorias Mercados Energéticos, da Argentina, e a Synex, do Chile.

Pelos estudos, segundo Veiga, a hidrelétrica de Inambari, no Peru, com capacidade de 2 mil MW, poderia aumentar a energia assegurada das usinas do Rio Madeira. Isso porque, segundo o consultor, Inambari seria construída com um grande reservatório, que poderia liberar água nos períodos de pouca água para as usinas do Madeira. "As usinas do Madeira são fio d'água, então, no mês que chega muito pouca água no rio Madeira, elas produzem pouco, o que significa que a energia firme, que é quanto se consegue produzir no pior cenário hidrológico, fica prejudicada. Mas Inambari tem um reservatório grande e poderia soltar água justamente nesse mês ruim para as usinas do Madeira. Assim, a energia fime do conjunto é muito maior", explicou Veiga.

Das seis usinas que o Brasil pretende construir com o Peru, Inambari seria a primeira a sair do papel, com obras previstas para serem inciadas, segundo a Eletrobrás, em 2010. Se a parceria com o Peru for fechada, de acordo com Veiga, o Brasil deverá ficar com cerca de 70% a 80% da energia da usina, enquanto o Peru ficaria com os 20% a 30% restantes. "Os empreendedores de Santo Antônio e Jirau estão muito interessados no projeto devido ao benefício de sinergia. Se o projeto sair, as usinas do Madeira poderão ganhar um certificado de energia assegurada", contou o consultor.

No entanto, entre Inambari e as usinas de Santo Antônio e Jirau, a Bolívia pretende construir a hidrelétrica de Cachoeira Esperança, o que segundo Veiga, não atrapalha as intenções do Brasil de aumentar a energia assegurada das hidrelétricas do Madeira. "Cachoeira Esperança é uma usina a fio d'água, o que faz com ela não atrapalhe os projetos do Brasil", afirmou. Ele disse ainda que o projeto da hidrelétrica boliviana é muito bom e fazia parte do projeto original do Rio Madeira, que contava com a construção de cinco usinas. "Se esses projetos saírem do papel, você vai poder fazer uma cascatinha, sendo o único projeto no mundo onde se tem hidrelétricas em três países diferentes operando de maneira coordenada", declarou. 

Carolina Medeiros, da Agência CanalEnergia, Negócios e Empresas

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