Quarta-feira, 4 de abril de 2012 - 10h13
Durante seminário sobre hidrovias realizado na CNT, Jean-Michel Hiver, professor da Universidade Livre de Bruxelas, sugere construção de eclusas em Itaipu.
“Não consigo entender como ainda se constroem barragens no Brasil sem eclusas”. A afirmação do professor da Universidade Livre de Bruxelas, Jean-Michel Hiver, demonstra o atraso do país em relação aos projetos de transposição fluvial. Ao apresentar modelos de eclusas de alta queda, durante o II Seminário Brasil – Bélgica sobre Hidrovias, realizado na sede da Confederação Nacional do Transporte (CNT), em Brasília (DF), o especialista afirmou ser possível dispor, na usina brasileira, de uma câmara similar à desenvolvida para a Hidrelétrica de Três Gargantas, na China.
De acordo com Hiver, seria preciso realizar um estudo de viabilidade técnica e econômica para Itaipu, mas o projeto poderia seguir o molde chinês. Em Três Gargantas, a eclusa adotada reutiliza 100% da água necessária para mover a embarcação para o nível mais alto do rio. Para transpor os 120 metros de queda, foram construídos reservatórios paralelos à eclusa, que fazem a transferência da água para elevar o navio.
As eclusas de alta queda – aquelas em que a diferença entre o nível do rio é maior do que 45 metros – apresentam algumas particularidades que dificultam sua execução. Por isso, seu desenvolvimento em paralelo à edificação da barragem é o ideal. “A construção simultânea é muito mais barata, mas acredito que é possível fazer isso em Itaipu”, defendeu o professor.
O estudo sugerido por Jean-Michel Hiver já foi elaborado pelo Instituto ILOS e apresentado à empresa Itaipu Binacional em fevereiro de 2011. De acordo com o relatório, para a obra da eclusa na margem esquerda (território brasileiro) o investimento estimado é de R$ 3,17 bilhões, enquanto para a margem direita (território paraguaio), de R$ 2,41 bilhões. A transposição por eclusa seria inviável, segundo o Instituto, pois embora possa vir a captar um volume de 4,9 milhões de toneladas a partir de 2015, o investimento necessário seria muito elevado. O estudo é polêmico e há especialistas do setor que discordam do relatório.
Para que não exista no país mais casos como o da hidrelétrica binacional, tramita na Câmara dos Deputados o Projeto de Lei 994/11, do deputado Neri Geller (PP-MT). A proposta torna obrigatória a implantação de dispositivos de transposição de níveis em hidrovias. Se o texto for aprovado, a manutenção da navegabilidade do rio será condição indispensável para a concessão da outorga de direito de uso de recursos hídricos e do licenciamento ambiental do empreendimento.
Seminário
Além do professor da Universidade Livre de Bruxelas, participaram do primeiro dia do II Seminário Brasil – Bélgica sobre Hidrovias a representante da Waterwegen & Zeekanaal NV, Ellen Maes; o inspetor-geral de pontes e estradas do Serviço Público de Wallonie (SPW), Jacques Hacourt; a chefe de departamento da empresa ECOREM, Amandine D’haese; o representante do Mobiliteit en Openbare Werken (MOW), Geert Van Cappellen e o secretário-geral do PIANC, Louis Van Shel.
Na tarde dessa segunda-feira (2), eles apresentaram diversos projetos realizados nas hidrovias belgas, considerados referência na navegação interior. Nas últimas décadas, o país europeu se tornou um dos principais centros logísticos da Europa.
Fonte: Jacy Diello / Agência CNT de Notícias
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