Hidrelétrica à brasileira

Na próxima reunião do Fórum Clean Energy Ministerial (CEM), em abril deste ano, em Abu Dhabi, o Brasil, representado pelo Ministério de Minas e Energia (MME), proporá a seleção de um país latinoamericano, africano ou asiático para implementar projeto hidrelétrico piloto, com base no Manual de Inventário Hidroelétrico de Bacias Hidrográficas elaborado pelo Centro de Pesquisas de Energia Elétrica (Cepel).
 

Aprovado em 2007 pelo MME, o manual apresenta metodologia para maximizar a produção hidrelétrica e mapear impactos socioambientais de um projeto. A proposta, segundo o diretor Geral do Cepel, Albert Melo, é que agências de fomento e bancos, como o Banco Mundial, Bird e o Banco Africano de Desenvolvimento, financiem o projeto.

Em julho de 2010, durante o último encontro do fórum, em Washington, nos EUA, o então ministro de Minas e Energia, Márcio Zimmerman, havia sugerido que as entidades considerassem em seu portfólio para os países em desenvolvimento recursos para a hidroeletricidade. Como argumento, o ministro contou como regiões brasileiras em que foram instaladas hidrelétricas tiveram seu IDH elevado em função de programas de compensação socioambiental e pagamento de royalties. Ele lembrou ainda que a forma mais eficiente de acumular energia é por meio de reservatórios, o que é interessante para regiões que sofrem efeitos sazonais na África, por exemplo. Na ocasião, México, França, Noruega e a Agência Internacional de Energia (AIE) aderiram à proposta. “Agora, EUA e Canadá estão próximos de aderir”, afirma Albert Melo.

No próximo encontro do CEM – que reúne as 22 maiores economias do mundo com objetivo de viabilizar o uso de fontes de energia renovável pelos países em desenvolvimento –, o Brasil aproveitará ainda para disseminar sua experiência e desenvolvimento tecnológico na área de bioenergia, adianta Melo.

Fonte: Hidrelétrica à brasileira / Energia Hioje