Quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010 - 17h29
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva advertiu hoje (3) que a energia gerada por gás natural será utilizada prioritariamente para a produção de energia elétrica. A advertência foi feita durante inauguração do gasoduto Cabiúnas-Reduc (Gasduc III), um dia depois de o país ter batido o recorde de consumo de energia, com uma média diária de 68 mil megawatts (MW) no horário de pico.
“Quem tem fábrica a gás, piscina a gás, carro a gás, tem que saber que se tiver uma crise energética a primeira coisa que vamos utilizar o gás é para levar energia até a casa das pessoas”, afirmou.
“Queremos ter autossuficiência em gás, mas sempre estaremos de olho em garantir a energia da casa das pessoas. Não tem sentido um motorista de táxi andando com carro à gás e a mulher em casa, no escuro”, acrescentou.
Além de ser utilizado por indústrias, nos carros e nas residências, o gás natural abastece usinas termelétricas, que precisaram ser ligadas neste verão para suprir o crescente aumento do consumo de energia elétrica.
Nos últimos dias, o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) revelou que o consumo bateu recorde e a Petrobras informou que precisou acionar 70% da térmicas para reforçar o sistema.
De acordo com o presidente Lula, o gasoduto Cabiúnas-Reduc facilitará a distribuição no país do gás produzido no Rio de Janeiro, Espírito Santo e em São Paulo, principalmente para o Sudeste – a maior região consumidora - reduzindo a dependência das compras da Bolívia.
”Precisamos do gás da Bolívia, mas não somos dependente dele”, afirmou, ao lembrar da crise do gás, quando o Bolívia aumentou os preços, há três anos.
De acordo com a Petrobras, o Brasil importa de 19 milhões a 27 milhões de metros cúbicos de gás da Bolívia por dia, em regime contratual. A quantidade varia de acordo com a demanda e o preço do produto. Hoje, com o consumo elevado de energia, cerca de 40% do gás utilizado é boliviano.
O presidente Lula disse também em discurso que, apesar das facilidades do país com relação ao gás, o Brasil não deixará de importar da Bolívia por uma questão de “solidariedade”.
“Temos que ajudar a Bolívia, que é um país pobre. Não é porque a gente vai ter que vamos deixar de comprar”, completou. “O papel de uma nação como o Brasil é ajudar países menores.”
Com 179 quilômetros de extensão, de Macaé ao Rio de Janeiro, o novo gasoduto vai trasnportar 40 milhões de metros cúbico de gás por dia. A obra custou R$ 2,5 bilhões e faz parte do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC).
Isabela Vieira / Agência Brasil
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