Segunda-feira, 17 de agosto de 2009 - 06h49
A antecipação em 12 meses da entrada em operação das duas primeiras turbinas da Usina Hidrelétrica Santo Antônio (RO), de um total de 44, estimada em dezembro de 2011, levou o Departamento de Patrimônio Imobiliário de FURNAS (DPI.E) a rever sua estratégia de atuação. Contratada pela Santo Antônio Energia para prestar serviços de gestão fundiária do empreendimento (canteiro de obras, reservatório e área de preservação permanente-APP), a unidade deslocou para Porto Velho sua divisão sediada em Cuiabá (MT) e buscou reforço nas divisões do Sudeste, Centro-Oeste e Norte, além de profissionais locais.
Especialistas do Escritório Central (RJ), Mogi das Cruzes (SP), Goiânia (GO) e Gurupi (TO) trabalham no cadastramento das famílias, na identificação das propriedades e benfeitorias localizadas nas margens esquerda e direita do rio Madeira nas áreas de inundação e APP, em uma extensão de 1,1 mil quilômetro. As equipes gastam em alguns pontos duas horas de carro e até duas horas navegando em pequenos barcos (voadeiras) para chegar nos imóveis já que, na maioria das vezes, não existem acessos por estradas.
De acordo com Josias Alves Rodrigues, gerente da Divisão de Liberação de Áreas Norte (DLAN.E), para atender a demanda a força-tarefa é composta por 39 pessoas entre engenheiros civis e agrônomos, advogados, desenhistas projetistas, topógrafos e administrativos. “Nosso serviço fundiário vive uma nova dinâmica em face do novo cronograma de geração. Por conta disso, as equipes já iniciaram os processos de negociação em duas das três áreas urbanas existentes na área do futuro reservatório, Vila do Teotônio e Vila Amazonas. Nestes locais, até agora, conseguimos 60% de negociações amigáveis. Na destinada ao canteiro de obras, fizemos o trabalho em tempo recorde”, destaca.
Histórico
A questão fundiária que serve como pano de fundo para incontáveis conflitos espalhados pelo país envolvendo agropecuaristas, povos indígenas e ambientalistas também está presente em Rondônia. Antigo território, o estado criado em 1982 tem a maioria de suas terras pertencentes à União, boa parte ocupada por agricultura de subsistência, pecuária e assentamentos rurais sem titularidade. A ausência de regularização fundiária na Amazônia Legal fez com que o governo federal editasse, recentemente, a Medida Provisória nº 458, conhecida como MP da Amazônia, para equacionar a situação.
“A falta de documentação é uma das dificuldades que enfrentamos no cadastramento. Nossa meta é atingir 800 imóveis e acredito que 80% deles não são regularizados. Estamos em negociação com o Instituto de Colonização e Reforma Agrária (Incra) e o Serviço de Patrimônio da União (SPU) para resolver estas pendências”, observa Josias Alves.
Outra questão controversa contornada pela DLAN.E foi a identificação da população na região do reservatório. “Criamos um mecanismo dotado de fé pública, por meio de uma ata notarial, que comprovou a presença dos afetados naquelas localidades exercendo suas atividades econômicas ou, simplesmente, de moradia. Isto vem garantir o direito de remanejamento das pessoas, minimizando demandas futuras oriundas da migração após o início das obras”, avalia o gerente da divisão.
Revista Furnas - Ano XXXV - Nº 366 - Julho 2009
Duas unidades de conservação na Amazônia receberão investimentos da Energia Sustentável do Brasil (ESBR), concessionária da Usina Hidrelétrica (UHE)
Teste de autorrestabelecimento é feito com sucesso na UHE Jirau
As Unidades Geradoras (UG) são desligadas para simular um apagão
SPIC - Chinesa tem pressa para comprar hidrelétrica Santo Antônio
As negociações duram mais de um ano, e agora a SPIC corre para concluir a transação antes da posse de Bolsonaro na Presidência
Mais de 940 mil m³ foram dragados do rio Madeira em 2018
O processo consiste em escavar o material que está obstruindo o canal de navegação e bombear o volume a pelo menos 250 m de distância desse canal.A