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Ex-ferroviários são contratados para fazer manutenção de trecho da Madeira-Mamoré


Mais de 40 anos após ser oficialmente desativada, a Estrada de Ferro Madeira-Mamoré (EFMM) começa a ser preparada para ter um trecho de 7,3 quilômetros – entre Porto Velho e Santo Antônio – reativado. A responsabilidade da restauração de material rodante, dos galpões e via permanente (trilhos e dormentes) é da Santo Antônio Energia, concessionária responsável pela construção e pela futura operação da Usina Hidrelétrica (UHE) Santo Antônio, em parceria com a Prefeitura Municipal de Porto Velho, que se incumbirá do remanejamento da população residente em seu entorno imediato, da supervisão dos trabalhos e da operação do Complexo depois de revitalizado.

Um termo de cooperação foi assinado esta semana entre a Cooperativa dos Trabalhadores do Ramo Ferroviário e da Manutenção Civil – Cootrafer, que reúne cerca de 30 ex-ferroviários e a concessionária Santo Antônio Energia, no valor de R$ 295.970,72, para ser utilizado na aquisição de materiais de limpeza e de escritório para reativação da sede da cooperativa, que funcionava no prédio da Estação Ferroviária de Porto Velho.

Os recursos também serão utilizados no pagamento de mão-de-obra para limpeza e recolhimento de lixo dos prédios da oficina e rotunda, da Casa de Força, nas margens dos 7,3 quilômetros a serem reativados, no Cemitério da Candelária, na recuperação de uma litorina, uma cegonha e um kalamazoo (veículo ferroviário usado no transporte de trabalhadores), e na verificação da necessidade de substituição de trilhos, dormentes, grampos e peças indispensáveis à revitalização da EFMM.

Experiências

No Plano Básico Ambiental – PBA, que compõe a série de condicionantes para a emissão da Licença de Instalação, estão previstas duas ações a serem desenvolvidas pela Santo Antônio Energia, uma relacionada ao Patrimônio Histórico (EFMM) e outra de apoio às comunidades indígenas. “Foi para ampliar os efeitos do PBA e em conjunto com o Iphan que nós fomos buscar a experiência dos ex-ferroviários para a revitalização da Madeira-Mamoré. O mesmo conceito foi levado para as comunidades indígenas”. Quem explica a origem do Termo de Compromisso é o engenheiro florestal Acyr Gonçalves, coordenador de Sustentabilidade da Santo Antônio Energia.

Ainda segundo Acyr, a assinatura do termo de cooperação é o coroamento de um longo período de preparação, que começou com a contratação de um contador para analisar e regularizar toda a documentação da Cootrafer e das associações dos indígenas. Enquanto a documentação era regularizada, foi estudada a forma como as parcerias poderiam ser feitas, “buscando cumprir as exigências do PBA e, ao mesmo tempo, envolvendo as pessoas que fazem parte de cada uma das comunidades envolvidas. A política de responsabilidade social da empresa foi aplicada desde o primeiro passo e estamos chegando ao nosso objetivo, fortalecendo as instituições envolvidas, para que elas cumpram seus papéis de realizadoras de ações que beneficiem seus associados”. 

Ex-ferroviários são contratados para fazer manutenção de trecho da Madeira-Mamoré  - Gente de Opinião
 Da esquerda: André Costa da Silva e Acyr Gonçalves, da Santo Antônio Energia e Paulo da Costa Ramos e Laércio de Oliveira Soares, da Cootrafer/Foto: José Carlos Sá


“Um passo a frente”

Mais que o cumprimento de uma formalidade legal, a assinatura do acordo entre a cooperativa dos ex-ferroviários e a concessionária que constrói e vai gerir a UHE Santo Antônio é um resgate da dignidade de pessoas já idosas, que tentam sobreviver com suas aposentadorias e pensões.

Para o presidente da Cootrafer, Paulo da Costa Ramos, a assinatura do termo de compromisso é um avanço muito grande. “É um passo à frente. A gente já vem conversando com o pessoal da Santo Antônio, que ajudou a colocar os documentos em dia e agora vencemos”. A mesma opinião é do ‘seu’ Laércio, que era um dos responsáveis pela exploração do estacionamento da Praça da EFMM. “Demorou um pouco, mas a gente está contente”.

Acyr explica que a consultoria Scientia, contratada da Santo Antônio Energia nos programas de arqueologia e paleontologia, fará o acompanhamento das atividades da Cootrafer, inclusive o monitoramento arqueológico, tudo sob a supervisão do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan). O termo de cooperação foi assinado pelo presidente da cooperativa, Paulo da Costa Ramos, testemunhado pelo cooperado Laércio de Oliveira Soares e pelo advogado da Santo Antônio Energia, André Costa do Amaral.

Usina Hidrelétrica Santo Antônio

Com potência instalada de 3.150 megawatts e capacidade para abastecer 11 milhões de residências, ou aproximadamente 44 milhões de pessoas, a UHE Santo Antônio tem investimento de R$ 13,5 bilhões e é referência em construção de hidrelétricas, pois utiliza tecnologia de ponta e menos agressiva ao meio ambiente.

Santo Antônio Energia

É a concessionária responsável pela construção e pela futura operação da Usina Hidrelétrica (UHE) Santo Antônio, localizada no rio Madeira, em Porto Velho (RO), e pela comercialização da energia a ser gerada. O empreendimento – atualmente em fase de construção e considerado fundamental para o suprimento de energia elétrica necessário ao desenvolvimento do país – tem, entre seus acionistas, as empresas Furnas, Odebrecht, Andrade Gutierrez, Cemig e o Fundo de Investimentos e Participações Amazônia Energia (FIP). A UHE Santo Antônio é uma das principais obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), do governo federal. 

Fonte: José Carlos Sá
 

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