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Especialistas concordam que blecaute foi causado por raios e chuvas fortes


Especialistas em diferentes ramos da área de energia elétrica concluíram, nesta quinta-feira (03/12), que o apagão elétrico ocorrido no dia 10 de novembro foi resultado da associação de descargas elétricas e de intensas chuvas que atingiram o sistema de Itaipu, entre as cidades de Ivaiporã (PR) e Itaberá (SP). Os fenômenos climáticos provocaram curtos-circuitos simultâneos em várias outras regiões, causando blecaute em 17 estados brasileiros e no Distrito Federal. O debate também teve como objetivo analisar a situação do sistema elétrico brasileiro, o processo de fiscalização das atividades e as perspectivas de investimentos no setor.

O diretor de Operação do Sistema e Comercialização de Energia de FURNAS, Cesar Ribeiro Zani, disse não haver dúvida de que o blecaute foi causado pelas descargas atmosféricas e fortes chuvas, que reduziram a capacidade de atuação dos isoladores de Itaipu. “Estamos pesquisando soluções para isso”, explicou.

A mesma constatação foi feita pelo diretor do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), Gilberto Câmara. Ele explicou que o Inpe não detectou raios de grande intensidade para justificar, isoladamente, o apagão. No entanto, esses raios, associados às fortes chuvas, podem ter sido a causa dos curtos-circuitos.

O professor da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Djalma Mosqueira Falcão, ressaltou que blecautes são inevitáveis, mas são eventos de "baixíssima probabilidade" e têm ocorrido, no Brasil, a cada cinco anos, em média. “O último blecaute ocorrido no Brasil tinha sido em 2002”, observou Dijalma Mosqueira, para quem é preciso avaliar se a sociedade estaria disposta a pagar mais caro sua fatura mensal de energia para destinar investimentos com o objetivo de reduzir esse tipo de evento.

Na opinião do consultor e diretor da Expertise Consultoria e Orçamento em Energia Eficiente, Cyro Vicente Boccuzzi, as tecnologias existentes atualmente têm se mostrado insuficientes para atender às necessidades da sociedade moderna, que atingiu, segundo explicou, um grau de dependência do serviço elétrico "absolutamente incompatível com a tecnologia atual". “Não temos ainda sistemas que atendam essas necessidades, mas teremos em dois ou três anos”, afirmou, ao explicar o que já vem sendo feito em vários países, em termos de investimentos no setor elétrico”.

Já o diretor-geral do Centro de Pesquisa de Energia Elétrica (Cepel), Albert Cordeiro, ressaltou que o fato de o Brasil dispor de um sistema elétrico interligado é excelente, pois permite que falhas possam ser corrigidas sem causar grandes prejuízos. Ele destacou que não existe nenhum sistema no mundo totalmente seguro, mas, graças às tecnologias atualmente disponíveis, a maioria das falhas não é percebida.

Em sua exposição, Albert Cordeiro observou ainda que alguns isoladores de Itaipu já estejam em operação há mais de 20 anos e apresentam trincas, mas garantiu que eles não foram responsáveis pelo blecaute. Afirmou, no entanto, que chuvas intensas, como as ocorridas no dia 10 de novembro, podem reduzir a capacidade de isoladores de hidrelétricas. “Temos que estudar como aumentar a capacidade desses isoladores para apontarmos uma solução melhor para esse tipo de evento”, afirmou.

Segundo o senador Eliseu Resende (DEM-MG), é preciso investir em recursos tecnológicos para que o sistema elétrico brasileiro seja mais seguro no futuro, a ponto de evitar blecautes em cascata, como o ocorrido em novembro. “Estamos sujeitos a ter novos eventos como esse”, explicou Eliseu Resende, que já foi presidente de FURNAS e da Eletrobrás.

Para Roberto Cavalcanti (PRB-PB), com a explicação dos especialistas, ficou claro que o apagão foi motivado pela conjunção de raios e chuvas. Ele observou que as avaliações que estão sendo feitas sobre o episódio por vários órgãos técnicos, servirão para melhorar o sistema elétrico brasileiro.

Fonte: Agência Senado 

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