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Energia brasileira é uma das mais caras do mundo, afirma presidente da Alcoa




A Alcoa chegou ao Brasil há quase 50 anos, atraída pela grande reserva de bauxita e pelos preços baixos da energia elétrica. Hoje, a fabricante de alumínio americana ainda encontra no Brasil a terceira reserva do minério do planeta, mas a energia é uma das mais caras do mundo. "Neste ponto temos que ter um componente importante de política pública", diz Franklin L. Feder, presidente da Alcoa América Latina e Caribe.

Um conjunto de sugestões na área de energia será feito hoje, em São Paulo, por Feder e líderes de outras 26 empresas com a articulação do Centro de Estudos em Sustentabilidade da Fundação Getulio Vargas (GVces) e depois entregues ao governo de transição e à presidente eleita Dilma Rousseff. A ideia é apontar caminhos para a economia de baixo carbono no Brasil.

"Primeiro é preciso desonerar a carga tributária no setor de energia", pontua Feder. Ele diz que o peso dos impostos na transmissão da energia elétrica é "avassalador" e "afeta a competitividade" brasileira. "No caso da Alcoa, a energia brasileira é a mais cara do mundo", diz o presidente da empresa. A Alcoa está presente em quase 40 países.

Segundo Feder, a alta dos preços da energia se explica por quatro fatores. "Durante muito tempo o país deixou de investir em novas fontes de geração", explica. O segundo ponto é a tributação e há ainda o crescimento significativo da demanda. O câmbio é a quarta perna dessa equação.

No estudo feito pelo centro de sustentabilidade da FGV há três setores analisados - transportes, agricultura e energia. No capítulo dedicado ao setor energético brasileiro reforça-se a ideia que o país tem matriz energética limpa, com baixo índice de emissão de gases-estufa, mas que o quadro deve mudar em 20 anos. "A foto é bonita, mas quando apresentamos o filme em movimento, vemos que estamos sujando a matriz e ficando na contramão do mundo todo", diz Mario Mozoni, professor de sustentabilidade da Fundação Getulio Vargas e coordenador do GVCes. "O que temos hoje nenhum país tem, mas precisamos fazer mais", continua. "O Brasil não pode se acomodar no binômio etanol e energia hídrica", alfineta. "Temos a oportunidade de avançar nesta agenda e construir um ambiente empresarial inovador."

O grupo de CEOs que desde 2009 se uniram na chamada Plataforma Empresas pelo Clima, recomendam ao governo que estimule a expansão de novas fontes de energias renováveis e vá além da base hídrica. Uma expressão-chave no estudo elaborado pelo GVces é a eficiência energética. "Conservar e ser eficiente é o kilowatt/hora mais barato que existe", reforça Monzoni. "Somos muito pouco eficientes neste campo", prossegue.

O documento que será divulgado hoje - "Recomendação de Políticas Públicas para uma Economia de Baixo Carbono no Brasil" - sugere mais incentivos para motivar a eficiência energética. "Não que o Brasil tenha se furtado a andar por este caminho", reconhece Feder, da Alcoa. "Mas precisa fazer mais." Ele reforça que a proposta do grupo de empresários "não é o chororô de sempre, mas de mostrar que cada um tem que fazer sua parte." Feder cita fabricantes de eletrodomésticos que vêm desenvolvendo produtos que consomem menos energia. A Alcoa, diz ele, reduziu a emissão de gases-estufa em 45%, no mundo, em relação a 1990 - e no mesmo período a produção se elevou em 30%. Lembra que energia, para fabricantes de alumínio, é um insumo tão fundamental quanto a bauxita. E que se se trata de um setor que emite muito, também recicla muito. "O início da produção de alumínio no mundo foi em 1880, e 70% do alumínio produzido de lá para cá continua a ser usado até hoje."

Monzoni lembra que o ponto fraco do setor energético brasileiro é o transporte, calcado em base rodoviária, muito emissor e caro. "Se daqui a 15 anos continuarmos a sermos só o país do caminhão, vamos ficar fora do mercado", diz. A proposta é que o país invista no intermodal, com mais ferrovias e transporte por navios.

 

Fonte: Valor Econômico/Daniela Chiaretti / De São Paulo

 

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