Sexta-feira, 11 de junho de 2010 - 15h28
A Eletronorte está promovendo uma espécie de loteamento das obras civis da usina de Belo Monte. A estatal contatou construtoras e pediu orçamentos para quatro diferentes partes do empreendimento. Em função disso, Camargo Corrêa e Odebrecht apresentam juntas na segunda-feira propostas para cada uma das etapas em que o projeto foi dividido.
Com essa divisão das obras da usina, a Eletronorte pode também dividir os riscos da construção e obter preços melhores das grandes construtoras derrotadas no leilão. Camargo e Odebrecht vão apresentar cotações únicas em função do contrato feito entre as duas antes da licitação para participar juntas da disputa. Andrade Gutierrez e OAS também poderão fazer propostas.
Josette Goulart
As construtoras Camargo Corrêa e Odebrecht apresentam juntas na próxima segunda-feira propostas de valores para construir a usina hidrelétrica de Belo Monte. Segundo importante fonte de uma das construtoras, a Eletronorte pediu que fossem entregues cotações separadas para quatro diferentes partes da obra.
A divisão foi feita de forma que os interessados podem apresentar propostas apenas para construir a casa de força principal, que é a principal parte da usina e onde serão instaladas turbinas capazes de gerar 11 mil MW. Também estão sendo cotados preços para a construção da casa de força no sítio Pimental, onde será instalada a usina com capacidade para gerar 233 MW. As outras duas partes em que foi dividida a obra são os canais e as obras acessórias. Os canais vão ligar as duas usinas e vão servir para desviar o rio Xingu. As obras acessórias incluem as exigências da licença ambiental, como o deslocamento das famílias.
A obra dos canais é a única em que a Eletronorte abriu a possibilidade de se apresentar um preço com fator de correção, segundo fonte das construtoras. Isso porque apesar dos anos de estudos para a construção da usina, o terreno a ser escavado é desconhecido e o preço muda se for encontrado mais ou menos rocha no local. Os estudos nessa área não foram aprofundados pois o custo é impeditivo.
Com essa espécie de loteamento da obra da usina hidrelétrica de Belo Monte, a Eletronorte pode conseguir dividir os riscos da construção e ainda conseguir obter preços melhores das grandes construtoras que perderam o leilão. Camargo e Odebrecht vão apresentar cotações únicas em função do acordo firmado entre os dois grupos antes do leilão para participarem juntos da licitação. Mas também Andrade Gutierrez e a OAS poderão apresentar seus preços.
A negociação entre as construtoras é grande e a Eletronorte precisa também gerenciar as ambições das construtoras que venceram a licitação no consórcio Norte Energia. Estão no consórcio a Queiroz Galvão, Galvão Engenharia, Mendes Júnior, Contern, Serveng e Cetenco. Outro desafio da Eletronorte será gerenciar as interfaces entre as diferentes partes da construção. Isso porque apesar de serem obras independentes, o funcionamento da usina precisa da sincronia de prazos entre elas. A usina no sítio Pimental é a única que pode começar a funcionar independentemente de as outras partes das obras não estarem prontas.
Uma das propostas também seria a de que fossem formados dois consórcios construtores. Um deles ficaria com a casa de força principal e o outro com as obras dos canais e da casa de força secundária. De uma forma ou de outra, a condução do processo pela Eletrobras faz com que as grandes construtoras voltem à obra. Andrade, Camargo e Odebrecht estudaram durante anos juntas o empreendimento, em parceria com a Eletronorte.
Se o loteamendo da obra se concretizar, a hidrelétrica de Belo Monte será erguida de forma muito parecida como está sendo feita a usina de Jirau, na qual todos os fornecedores foram contratados separadamente.
Fonte: Valor Econômico
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