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Eclusas de Tucuruí têm as primeiras transposições



A Eletrobras Eletronorte realizou as primeiras transposições nas eclusas da Usina Hidrelétrica Tucuruí, no Pará. Os primeiros testes foram feitos com um rebocador, mas a primeira carga transposta foi o muro-guia de montante, estrutura de 140 metros que colabora no alinhamento dos barcos antes da entrada na câmara da eclusa. A operação, acompanhada pela Capitania dos Portos da Amazônia Oriental, foi considerada um sucesso e também serviu para testar as embarcações que serão usadas na inauguração da obra, a ser realizada pelo presidente Luis Inácio Lula da Silva, na próxima terça-feira, dia 30 de novembro.

Por meio de convênio com o Ministério dos Transportes e Dnit, a Eletrobras Eletronorte está concluindo as obras das primeiras eclusas da Hidrovia Araguaia-Tocantins. No futuro, o aproveitamento dos rios Tocantins e Araguaia, como via de transporte fluvial, ligará o porto de Belém à região do Alto Araguaia, em Mato Grosso, numa extensão aproximada de dois mil quilômetros.

Uma vez constituída, a Hidrovia Araguaia- Tocantins será um fator determinante para a exploração, em larga escala, dos recursos minerais e agropecuários das regiões centro-oeste e norte do brasil. As eclusas de Tucuruí são o primeiro passo para fazer dessa hidrovia uma realidade.

Elas permitirão o tráfego de comboios com capacidade de carga de até vinte mil toneladas. Essa carga chegará até o porto de Vila do Conde, próximo a Belém, localizado em local estratégico em relação aos mercados norte-americano, europeu e extremo oriente.

O sistema de transposição de Tucuruí inclui duas eclusas: uma a montante da barragem, e outra a jusante, de retorno à calha do Rio Tocantins. Entre elas, um canal intermediário, com 5.580 metros de extensão e 32,5 metros de profundidade, permitirá a navegação de embarcações com calado máximo de 4,5 metros. As eclusas de Tucuruí têm capacidade para dar passagem a 40 milhões de toneladas de cargas por ano, a maior entre todas as eclusas existentes no mundo.

O tempo de transposição dos comboios, de jusante a montante ou vice e versa, será de uma hora. O canal permite comboios se deslocando em direções opostas, e a capacidade máxima será de 24 comboios por dia nas duas direções.

O primeiro reconhecimento dos recursos hídricos da bacia foi realizado pela comissão interestadual dos vales do Araguaia e Tocantins, no ano de 1964. Entre 1979 e 1981 foi desenvolvido, pela então Portobrás, o projeto básico do sistema de transposição de desnível de Tucuruí.

Em 1981, foram iniciadas as obras da eclusa 1. Até 1984, as obras tiveram andamento normal até a total paralisação em 1989. Em 1997, foram elaborados estudos técnicos de atualização do projeto básico. Em setembro de 1998, o ministério dos transportes assinou termo aditivo para a conclusão das obras civis, com a empresa Camargo Corrêa S. A., e as obras foram retomadas.

Em 1999, o ministério dos transportes assinou contrato com o consórcio Tenenge-Bardella, para o fornecimento e montagem dos equipamentos mecânicos e eletromecânicos. Entre 2002 e 2004, as obras voltaram a ficar paralisadas. Em julho de 2004 as obras foram retomadas e seguiram em ritmo intenso, sendo gradativamente desaceleradas até nova paralisação, em outubro de 2005.

Em 2006 o ministério dos transportes, por meio do Dnit, delegou à Eletrobras Eletronorte a continuidade de execução das obras, que foram incluídas no programa de aceleração do crescimento - PAC, do governo federal.

Os investimentos na obra das eclusas de Tucuruí somam R$ 1,66 bilhão, sendo da ordem de R$ 630 milhões no período de 1981 a 2005, e mais R$ 1,03 bilhão para o período 2006 a 2010. Em seu pico, em julho de 2009, a obra contava com 3.646 operários, sendo cerca de 80% da mão de obra local e regional.

O licenciamento ambiental das eclusas de Tucuruí prevê medidas mitigadoras para os impactos ambientais causados pelo empreendimento. Os principais programas ambientais associados às obras são: o remanejamento de moradores que viviam na área de influência direta da eclusa; o plano de ocupação do entorno do lago da eclusa, para atividades de recuperação de áreas degradadas, paisagismo e recreação; a compensação ambiental de R$ 3 milhões a serem aplicados em unidades de conservação; a construção do bairro nova matinha, destinado à realocação dos atingidos da área urbana; e benfeitorias nas áreas rurais.

O investimento para a construção do bairro Nova Matinha, somado às indenizações das famílias atingidas, ultrapassa R$ 24,4 milhões. A Eletrobras Eletronorte ainda construirá uma escola com 20 salas de aula e capacidade para 1.600 alunos, ginásio coberto e centro administrativo, ao custo aproximado de R$ 6 milhões.

A Eletrobras Eletronorte, em conjunto com a prefeitura de Tucuruí, também está viabilizando um projeto que prevê atividades voltadas à geração de trabalho e renda para 325 famílias de pescadores, contemplando: ações de capacitação, assistência técnica, implantação da infraestrutura necessária à produção de peixes em tanques-rede, e fornecimento de alevinos e ração para o desenvolvimento do primeiro ciclo de produção até 2011. Nesta ação estão previstos investimentos da ordem de R$ 6,1 milhões.

Eclusas de Tucuruí e Eletrobras Eletronorte: agora, quem construiu e opera a maior usina hidrelétrica genuinamente brasileira, também vai operar as maiores eclusas do Brasil!

Fonte: César Fechine
 

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