O período de estiagem no Amazonas deve se agravar ainda mais nos próximos três meses. No Estado, mais de 192 mil pessoas já sofrem com a situação de emergência. A estimava é da Defesa Civil do Estado que se reuniu na manhã desta sexta-feira (4), com o Serviço Geológico do Brasil (CPRM) e com o Sistema de Proteção da Amazônia (Sipam), para esclarecer o atual panorama do desastre ecológico do Estado. Os municípios de São Gabriel da Cachoeira e Santa Isabel do Rio Negro são os mais afetados pela seca. O acesso a esses municípios, por via fluvial já não é possível desde a última semana. A única forma de socorrer as famílias dessa região é por via aérea. O Governo do Amazonas pediu ajuda à Força Aérea Brasileira. Numa região, onde o principal meio de transporte é o barco, e os rios, os caminhos, famílias das localidades atingidas sofrem com falta de mantimentos e energia elétrica. Até combustível já falta nos postos de gasolina. A mortandade de peixes que acontecia no rio Manaquiri já acontece também no Careiro da Várzea, a 102 quilômetros de Manaus. No local, a navegação só é possível em pequenos barcos. A água dos lagos seca pouco a pouco e mais de 800 pescadores estão parados. Ribeirinhos chegam a remar vários quilômetros em busca de água potável. A escala que mede a proporção do desastre está avaliada atualmente no nível 2, podendo atingir o nível 4. - Estamos informando à população dos 15 municípios atingidos para que saibam o que realmente está acontecendo. Estamos enviando suprimentos e medicamentos para socorrer as famílias isoladas. Felizmente não temos ocorrência de fatalidade. O nível do rio Negro, segundo o superintendente do CPRM, Marco Antônio Oliveira, atingiu na manhã de hoje,15,86 metros. A marca está 15 metros abaixo do nível registrado no mesmo período do ano passado. A vazante já está próxima dos níveis mínimos registrados na última década. - A piora da vazante vai depender da chuva, mas pode chegar ao nível crítico. Os anos de 1997 e 2005 foram os piores da última década. Não temos como afirmar se pode acabar logo, declarou. Segundo a análise do Sipam, o prolongamento da seca neste período e a névoa seca que encobriu a cidade nos últimos meses, são provocados pelo fenômeno climático ‘El Ninõ’. Os efeitos das queimadas no Interior do Estado e em regiões vizinhas a Manaus colaboram para o problema. - As anomalias podem ser explicadas pelos ventos que descem, quando deveriam subir para a atmosfera, para formar nuvens e causar a precipitação da chuva. O vento está contrário à normalidade das chuvas desta época o ano. Por isso não chove, ou pouco chove no Estado. O fenômeno é avaliado de moderado a forte. Ele é mais intenso na região Norte do Estado. Por essa razão, a fumaça se concentra mais intensamente durante as manhãs em Manaus – explicou o chefe da divisão de meteorologia do Sipam, Ricardo Delarosa. Segundo Delarosa, no mês de novembro choveu apenas 70 milímetros, quando deveria ter chovido 139 milímetros, uma diferença segundo ele, alarmante. - Nos meses de setembro, outubro, novembro e dezembro, houve somente três registros de chuva e ainda assim abaixo no esperado – disse.
(Fotos: Florêncio Mesquita)
(Fonte: De olho no tempo, com informações TV Amazonas - Portal Amazônia)
Terça-feira, 14 de maio de 2024 | Porto Velho (RO)