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CPI questiona a mudança do local da usina de Jirau e destinação da madeira


A CPI que apura possíveis irregularidades na construção das usinas de Jirau e Santo Antônio realizou a segunda reunião nesta terça-feita (10). O principal sabatinado do dia foi o superintendente regional do Ibama, César Luiz da Silva Guimarães. Ele deu informações que não batiam com os dados apresentados pelos membros da comissão.

Em sua explanação preliminar, César Luiz disse que o Ibama em Rondônia não tem competência técnica para avaliar o licenciamento ambiental, que, segundo ele, é de responsabilidade da diretoria de licenciamento do instituto, que funciona em Brasília. O deputado Valter Araújo (PTB), membro da comissão, indagou, então, como um órgão, “sem conhecimento do projeto”, pode trabalhar na fiscalização, deixando o entrevistado em embaraços.

O que motivou a mudança do eixo de construção da usina de Jirau, distanciando o local da obra em nove quilômetros com o conseqüente aumento da área alagada, foi outra indagação formulada por Valter Araújo cuja a resposta não trouxe esclarecimentos.

O diretor do Ibama disse que, na maior cheia, o alagamento iria atingir 5% a mais do que ocorre hoje “por causa do barramento natural da ilha que será explorado.” Os números apresentados por Araújo são bem diferentes, representando uma alagação em torno de 208 mil hectares - cerca de 10 mil hectares a mais com a mudança do eixo.

“Onde está o ganho ambiental?” – quis saber o parlamentar, com base nas informações do entrevistado prevendo menores danos ao meio ambiente com a mudança do projeto original. O dirigente do órgão manteve os dados que dispunha.

O presidente da CPI, Tiziu Jidalias (PP), Valter Araújo e Kaká Mendonça (PTB) também perguntaram sobre o volume e a destinação da madeira a ser extraída . Entre outras justificativas, o superintendente disse que a madeira “deve” ser usada para ajudar no programa Fome Zero do governo federal, e, a sem valor comercial, será doada a cooperativas para fazer carvão.

As informações também não convenceram os deputados. Valter Araújo disse que pequenas entidades de Rondônia não tem condições econômicas de retirar madeira alguma de dentro da floresta e essa madeira a ser doada representa menos de 1% do total a ser retirado.

Durante os questionamentos, o próprio dirigente do Ibama disse que o Estado tem a tutela do empreendimento e pode suspender as obras em caso de falsas informações prestadas pelos empreendedores. Disse ainda que mais importante agora é proteger os animais para que seja liberada a Autorização de Supressão da Vegetação.

Valter Araújo disse que salvar os animais é um dever - “e tem muito dinheiro para isso” -, mas, segundo ele, o Ibama deveria ajudar a proteger também os moradores afetados pelas obras. “Estes, sim, estão sendo tratados como bichos em operações do Ibama e do governo federal”, disse, citando também o exemplo da perseguição aos ocupantes da reserva federal da flona Bom Futuro, permutada com a região de Rio Vermelho, área da usina de Jirau pertencente a Rondônia.

Fonte: ALE/RO – DECOM

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