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CPI das Usinas ouvem pescadores da Vila de Santo Antônio


Na ânsia do progresso, esquecemos dos problemas que iríamos sofrer
 
A Comissão Parlamentar de Inquérito, que investiga possíveis irregularidades nas Usinas de Jirau e Santo Antônio, no rio Madeira, voltou a se reunir na manhã desta terça-feira (24), na Assembléia Legislativa. Estiveram presentes os deputados Tiziu Jidalias(PP-Ariquemes), que é o presidente da comissão, o deputado Jair Mioto e o deputado Wilber Coimbra. Desta vez os convidados à colaborar com as investigações foram os representantes dos pescadores da Vila de Santo Antônio, dos produtores do distrito de União Bandeirantes e dos moradores de Jacy-Paraná. Segundo a vice-presidente da Colônia de Pescadores, Fabenízia Batista Damasceno, a principal dificuldade enfrentada é a falta de peixes. “Enquanto milhares de peixes estão morrendo, nós estamos passando fome. Não temos segurança em nada, estamos jogados à própria sorte. Além de nos tirarmos o direito de ir e vir, estão tirando também, a única coisa que nos dá condições de sustentar nossas famílias”. Desabafou. 

Além da falta do pescado, os moradores da Vila de Santo Antônio, estão sentindo-se prejudicados com as indenizações de suas moradias. De acordo com Fabenízia, pessoas que chegaram recentemente estão recebendo os mesmos valores indenizatórios que os moradores mais antigos. 

A Colônia é composta por 4.800 pescadores da região do Baixo-Madeira, que abrange os distritos de Extrema à Calama. 

Para o representante da Cooperativa Agrícola de União Bandeirantes, Valter Pinheiro, os principais prejuízos estão ligados à falta de escoamento da produção. Segundo ele, no início das obras os produtores forneciam seus produtos hortifrutigranjeiros para os empreendimentos, o que hoje está suspenso. “Criamos uma grande expectativa, que hoje está frustrada. Os produtores se organizaram em cooperativa para atender à esta grande demanda. No início nós fazíamos o fornecimentos desses produtos e hoje está suspenso. Nós sabemos que agora, eles estão adquirindo alguns produtos de outros Estados, como São Paulo e o arroz que eles consomem vem do Rio Grande do Sul”. Ressaltou, Valter. 

Ainda segundo o produtor, estão sendo prejudicadas mais de 1.300 famílias, entre membros da cooperativa e comunidade local. 

Para o representante dos moradores do distrito de Jacy-Paraná, Moacir Jerônimo, são vários os problemas que os moradores estão vivenciando. Com o aumento da população, que passou de 4 mil para cerca de 15 mil habitantes, o distrito sofre com a falta de segurança, oscilação na rede elétrica, provocadas pelas obras das usinas, o que tem danificado vários aparelhos elétricos, uma inflação imobiliária, com o forte aumento dos valores do imóveis. Mas, o mais grave, segundo ele, é a questão da saúde pública. “Não dá para aceitar que estamos aqui abandonados, o único posto de saúde não funciona aos domingos, faltam médicos, ambulâncias, enfim, onde estão sendo investidos os recursos de compensação?” Questionou, o morador. 

“Na ânsia de se conquistar o tão sonhado progresso no Estado, esquecemos dos problemas que viriam pela frente, não poderíamos ter aceitado a vinda simultânea de dois empreendimentos dessa magnitude. Não sou contra o progresso, nem tão pouco contra essas obras, mas não posso concordar com a forma com que estão agindo, desrespeitando o nosso Estado”. Salientou Tiziu Jidalias. 

Na próxima terça-feira (01 de dezembro) serão ouvidos os representantes dos Consórcios de Jirau e Santo Antônio e ainda o representante de uma ONG, a ser definida ainda nesta semana.

Fonte: Neth Fiorentino

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