Terça-feira, 21 de dezembro de 2010 - 16h58
Os moradores dos bairros Triângulo e Baixa da União há décadas sofrem com os alagamentos e demais problemas relacionados à cheia. No período de inverno amazônico, com o aumento das chuvas e do nível do rio Madeira e seus afluentes, a região que abriga, em sua maioria, a população mais antiga e tradicional de Porto Velho, fica tomada pelas águas.
De acordo com a prefeitura do Município, cerca de duas mil pessoas moram em áreas de risco, às margens dos igarapés Santa Bárbara, Grande e Geral. Hoje 950 ganharam uma nova moradia. Foram entregues as primeiras 240 unidades habitacionais do Projeto Santa Bárbara – futuro residencial Triângulo – construído pela prefeitura, na Estrada de Santo Antônio.
As novas unidades habitacionais custaram R$ 10 milhões, sendo que deste total, R$ 2 milhões são recursos de compensação social da Usina Hidrelétrica Jirau. O restante é oriundo do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) do Governo Federal, verbas da prefeitura e compensações da Usina Santo Antônio.
Na manhã de hoje a população contemplada nessa primeira etapa participou do sorteio dos imóveis, e com as chaves em mãos iniciou a mudança. Os apartamentos são todos iguais, contendo sala, cozinha, dois quartos e banheiro. Idosos e portadores de necessidades especiais puderam se acomodar, preferencialmente, nos apartamentos térreos.
O pedreiro Paulo José de Souza Moraes, que há 28 anos convivia com os problemas da cheia na Baixa da União, foi um dos primeiros a fazer a mudança. Ele, a mulher Eliana e os três filhos, na época das chuvas só conseguiam sair de casa graças às passarelas de madeira, construídas em mutirão com a vizinhança. “A minha casa não alagava porque eu já construí bem no alto. Faltava meio metro pra água chegar no assoalho. Mas a gente já enfrentou muito problema por causa da cheia. O meu filho uma vez foi picado por uma jararaca da água e quase morreu”, conta o trabalhador.
Seu Paulo e dona Eliana ainda não tiveram tempo de avaliar a mudança, mas acreditam que vão gostar da nova morada. “A gente vai sentir falta da outra casa porque moramos lá 28 anos. Mas como os vizinhos também mudaram pra cá, acho que a gente vai acostumar rápido. Está tudo certo”, diz Paulo.
O Projeto Santa Bárbara faz parte do Programa Igarapés do Madeira, que visa a recuperação dos três igarapés, que atravessam vários pontos da cidade e foram transformados em esgoto. Segundo o secretário municipal de Regularização Fundiária e Habitação, Ian Kleber Cerqueira, com a retirada das famílias das margens dos canais, “toda aquela região vai ser urbanizada, através de um grande projeto chamado Parque das Águas. Então, além de oferecer uma melhor condição de moradia à população das áreas de risco, o programa Igarapés do Madeira objetiva resgatar e valorizar toda aquela região histórica da cidade, que compreende a Estrada de Ferro, o Museu Territorial”, informa o secretário.
O diretor Institucional da Energia Sustentável do Brasil, concessionária de Jirau, José Lucio de Arruda Gomes, ressalta que o projeto é muito importante para Porto Velho, pois proporciona mais dignidade e qualidade de moradia e de infraestrutura pública. “Nos sentimos felizes e satisfeitos por estarmos participando desse projeto e por podermos acompanhar a mudança de visão das pessoas sobre qualidade de vida e de moradia. Estamos contribuindo para a formação de novos cidadãos, mais conscientes de seus direitos e deveres”, conclui o diretor.
Fonte: Comunica
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