Quarta-feira, 17 de junho de 2009 - 11h53
Açúcar, etanol, eletricidade, plásticos e hidrocarbonetos. Para Marcos Jank, presidente da União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Unica), essa é a rota de utilização da cana a ser seguida pelas atividades de pesquisa científica e tecnológica nos próximos anos. Em workshop promovido pelo Programa Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp) de Pesquisa em Bioenergia (Bioen) nessa terça-feira, na sede da fundação, Jank apontou novos potenciais da cana-de-açúcar. Segundo ele, a energia contida nas plantações de cana do país apresenta potencial estimado da ordem de 14 mil megawatts, o que representaria "duas usinas de Itaipu adormecidas nos canaviais
brasileiros".
Jank explica que atualmente as pesquisas e suas aplicações estão entrando na era da eletricidade gerada a partir da cana-de-açúcar e também é muito provável que, em poucos anos, a maior parte do bagaço e da palha da cana seja usada para a geração de energia elétrica, "que hoje é o mercado demandante, uma vez que já existe um excedente de etanol no mercado devido à expansão da indústria nacional nos últimos
anos".
Dois terços da energia da cana-de-açúcar, seja para a produção de biocombustíveis ou eletricidade, têm origem na biomassa da gramínea, explicou o presidente da Unica, entidade que reúne 127 empresas industriais associadas.
"O potencial de crescimento da eletricidade de cana, a chamada bioeletricidade, é surpreendente, devendo passar dos atuais 3% da matriz energética nacional para cerca de 15% em 2020, isso considerando apenas a utilização do bagaço e da palha da cana que está plantada atualmente no Brasil", apontou o também professor da Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da Universidade de São Paulo (FEA-USP).
A biomassa da cana é considerada ainda, de acordo com Jank, uma matéria-prima cada vez mais importante para a indústria da alcoolquímica, com destaque para os plásticos verdes e uma série de outros produtos que podem ser feitos além do etanol.
Agência Fapesp
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