Sexta-feira, 27 de novembro de 2009 - 16h13
Seminário da Fiam trata dos mecanismos adotados por instituições e governos voltados para a redução das emissões de CO². O monitoramento de ações de desmatamento foi um deles
Sete mil quilômetros quadrados de desmatamento em 2009, o nível mais baixo registrado nos últimos 21 anos. O dado foi divulgado pelo pesquisador do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), Dalton Valeriano, durante o Seminário “Dinâmica do Carbono da floresta amazônica/ Cooperação Brasil – Japão”, realizado nesta sexta-feira, 27 e que integra a programação da Feira Internacional da Amazônia (FIAM 2009).
“Essa é uma tendência clara de redução dos níveis de desmatamentos do País. Para conseguir esse dado, monitoramos uma área de quatro milhões de metros quadrados”, afirmou o pesquisador.
As informações foram coletadas por meio do Inventário de Perda de Floresta Primaria, o Prodes, cujos últimos dados foram divulgados há duas semanas e correspondem ao período de agosto de 2008 a julho de 2009. No recorte de tempo de 1988 e 2009, o ano de 1995 atingiu o pico de desmatamento.
Os resultados estão dentro do que foi previsto no Plano para Redução do Desmatamento no Brasil, que completa o seu quinto ano de trabalho. Nesse período, já é possível observar, na opinião do pesquisador do Inpe, uma mudança de atitude nos motivadores de desmatamentos (empresas ligadas à agricultura e agropecuária, principalmente). “Se eles desmatam, perdem o selo verde e, consequentemente, mercado”, afirmou.
A contenção nos níveis de desmatamento também teve influência da crise mundial, que gerou queda nas exportações. Apesar da boa notícia, a região do entorno da BR/163 registrou forte exploração madeireira.
Segundo ele, aproximadamente 20 mil quilômetros quadrados (de um universo de quatro milhões de quilômetros quadrados) de vegetação vem abaixo fruto de ações humanas, o que representa 30% por ano. Nesse ritmo, explicou ele, em 200 anos toda a cobertura vegetal desaparecerá.
“Com o uso de tecnologia apropriada e de ponta, hoje, conseguimos impedir que os responsáveis pela fiscalização usem como argumento para justificar essas ações o ‘não sabia’. Isso não é mais aceitável”, garantiu ele.
Para atender às demandas do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (Ibama), o Inpe desenvolveu um sistema de monitoramento capaz de detectar os focos de desmatamento em um espaço de tempo que permita ao órgão intervir na ação.
“Ele é denominado Deter (Detecção de Desmatamento em Tempo Real) e conta com uma resolução espacial de 250 metros. A cada dois ou três dias ele gera novos dados e emite um alerta a cada 15 dias revelando as principais imagens registradas pelo satélite”, disse Valeriano. Ele propõe que nos frontes de desmatamento, como a área da BR/163, os dados de satélite tenham uma resolução mais apurada, de modo a permitir análise mais eficiente da biomassa (que permite o cálculo da emissão de carbono).
A experiência do Inpe demonstra que os principais agentes de devastação ambiental são os grileiros, em primeiro lugar; empresas com fins de exploração de madeira para um determinado fim, detentoras de autorização ou não; a queimada; e, por fim, o corte raso.
Até 2020, o Brasil precisa reduzir em ate 80% os seus índices, chegando a somente quatro mil quilômetros quadrados de desmatamento por ano. Nessas condições, acredita Valeriano, o país pode concorrer a um projeto de Redução das Emissões de Degradação e Desmatamento (REDD) voluntário.
Fonte: Grace Soares
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