Segunda-feira, 3 de outubro de 2011 - 12h00
Relatório da Agência Nacional de Energia Elétrica diz que obra está fora do cronograma de construção previsto - Primeira etapa do desvio do rio Xingu deveria ocorrer em junho, mas foi adiado para novembro
A polêmica usina hidrelétrica de Belo Monte, no rio Xingu (PA), maior projeto do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) em andamento no país, está atrasada.
É o que revela o último relatório da comissão de fiscalização das obras de geração de energia da Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica).
A demora na obtenção da LI (Licença de Instalação), condição para o início das obras, contribuiu para o atraso. Agora, a preocupação é o "inverno amazônico", período das chuvas, quando parte das obras são paralisadas.
Pelo cronograma da Aneel, a primeira fase do desvio do rio Xingu deveria estar concluída até 30 de junho, mas a data já foi prorrogada para 30 de novembro.
A LI foi concedida apenas no dia 1º de junho. Mas as obras só começaram na segunda quinzena de julho.
Por contrato, a primeira turbina de Belo Monte terá de produzir energia em fevereiro de 2015, sob pena de a Norte Energia (responsável pelo projeto) ter de pagar multa por descumprir essa exigência contratual.
Nos dois canteiros principais (Belo Monte e Pimental), o CCBM (Consórcio Construtor de Belo Monte) ainda está na fase de montagem do acampamento pioneiro.
Essa é a construção que abrigará os trabalhadores que montarão a estrutura para o alojamento definitivo.
Boa parte da obra ainda é tocada em turno único. Por enquanto, o consórcio é obrigado a transportar todos os dias parte dos 1.700 trabalhadores contratados dos canteiros até a cidade de Altamira. É uma operação que toma entre duas e três horas por dia.
Outra frente que avança praticamente em turno único é a abertura do travessão 27, a estrada que ligará os canteiros de obras dentro da Volta Grande à rodovia Transamazônica.
O mês de outubro é praticamente o último do ano sem chuva. A previsão é que até o fim do mês as primeiras precipitações alcancem a região. Com a alta do rio e a elevação da umidade do solo, obras no Xingu ou fora dele tendem a ter o ritmo reduzido.
MÃO DE OBRA
Além da preocupação com o fim do período seco, o consórcio construtor enfrenta dificuldade na contratação da mão de obra.
A meta do CCBM é contratar 5.000 funcionários até dezembro. Para alcançar essa meta, talvez não consiga contratar 40% do contingente na região de Altamira.
Luiz César Moreira e Marcos Sordi, diretores de planejamento e de administração, admitem reduzir esse percentual para 30% apenas, elevando o fluxo migratório.
O consórcio enfrenta o problema da falta de qualificação da mão de obra local e a necessidade de acelerar a obra. Para a formação, a meta é treinar entre 15 e 18 mil pessoas ao longo da obra.
A migração, que já começou, não agrada a Prefeitura de Altamira, que teme os efeitos da explosão populacional numa cidade que nem sequer tem capacidade para suportar as 100 mil pessoas que vivem na zona urbana.
Fonte: Folha de São Paulo/AGNALDO BRITO/ENVIADO ESPECIAL A ALTAMIRA (PA)
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