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Belo Monte é bom negócio para aplicador



As dúvidas sobre o retorno do investimento na polêmica Hidrelétrica de Belo Monte, no Rio Xingu (PA), passam longe dos acionistas da Eletrobras, disse Armando Caruso, diretor financeiro da companhia. Em entrevista ao Correio, o executivo foi incisivo em afirmar que o projeto de construção da usina, nas condições em que foi negociado no leilão, é lucrativo para os aplicadores. “A taxa interna de retorno do projeto remunera o custo do capital do acionista da Eletrobras”, garantiu. Ele não revelou, contudo, o índice da remuneração, o capital próprio a ser investido nem a parcela a ser obtida pelo financiamento do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). Segundo Caruso, esses são números estratégicos. “Isso nunca será revelado por nenhuma empresa”, afirmou.

A Eletrobras está presente no empreendimento de Belo Monte por meio da Companhia Hidrelétrica do São Francisco (Chesf), que liderou o consórcio vencedor, denominado Norte Energia, com 49,98% de participação. A Centrais Elétricas do Norte do Brasil (Eletronorte), outra subsidiária que a Eletrobras, também entrará no consórcio como sócia estratégica. As diretrizes, porém, ainda não foram definidas. Segundo Caruso, a Eletrobras apenas decidiu em qual consórcio as subsidiárias entrariam. Ele ressaltou, porém, que a partir daí, cada empresa será autônoma para definir suas estratégias.

O Norte Energia arrematou Belo Monte com o preço da energia a R$ 77,97 por megawatt/hora, tarifa apontada por parte do mercado como insuficiente para executar e remunerar a usina. Mas o executivo da Eletrobras contestou as críticas. Segundo ele, o preço está no mesmo patamar da Hidrelétrica de Jirau, no Rio Madeira (RO), projeto em execução. Caruso também salientou que, pelo fato de Belo Monte ter um orçamento grande, há muito “espaço para ganhar” com o empreendimento.

“O que a gente vai cobrar delas (das subsidiárias) é a comprovação de que o investimento remunera o custo do capital. A informação que temos é que remunera o acionista, cobre (os custos) e ainda sobra”, reiterou. Caruso destacou que os acionistas estão confiantes quanto ao retorno de Belo Monte. Prova disso, segundo ele, é que os papéis da companhia acumularam alta tanto na Bolsa de Valores de São Paulo (BMF&Bovespa) quanto na de Nova Iorque, depois do anúncio do resultado do leilão.

Ações turbinadas 

Analistas projetam que o preço dos papéis da Eletrobras vão dobrar até o fim do ano. Um dos motores da valorização será, justamente, a construção da hidrelétrica de Belo Monte. Desde novembro do ano passado, as ações da estatal subiram 50%. Hoje, o valor de mercado da companhia, de R$ 30,9 bilhões, não corresponde nem à metade do patrimônio líquido da empresa, avaliado em R$ 76 bilhões.

Duelo de marcas 

Há dois anos, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva decidiu dar novo rumo à Eletrobras para transformá-la naquilo que chamou “a Petrobras do setor elétrico”. Uma das estratégias foi transformar a companhia em uma holding de fato, colocando sob seu guarda-chuva suas 15 subsidiárias, entre elas a Chesf. A medida, porém, causou insatisfação dentro da empresa, que encarou a medida como perda de autonomia. “A Eletrobras não pode impedir as outras de pensarem”, reclamou um ex-funcionário do alto escalão da Chesf. Fontes do governo, porém, contestam a tese de que a empresa esteja sendo enfraquecida. Prova disso, dizem, foi a vitória da companhia no leilão de Belo Monte. Conforme apurou o Correio, a resistência da subsidiária ao processo de integração é, sobretudo, um apego à marca, que apesar de existir antes da Eletrobras, terá agora que usar o nome da holding. 

Fonte: Jornal Correio Braziliense

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