Quarta-feira, 27 de abril de 2011 - 20h08
“O sindicato é a primeira das partes diretamente envolvidas com as obras que recebemos e colhemos o relato. Isso ocorreu porque temos como base a defesa dos trabalhadores e a garantia de condições dignas de trabalho”, disse Epifânia
A deputada estadual Epifânia Barbosa (PT), presidente da Comissão Especial da Assembleia Legislativa que acompanha as obras das usinas do Madeira, e o deputado estadual Jesualdo Pires (PSB), relator, se reuniram no final da manhã desta quarta-feira (27) com o vice-presidente do Sindicato dos Trabalhadores da Indústria da Construção Civil do Estado de Rondônia (Sticcero) Altair Donizette.
“O sindicato é a primeira das partes diretamente envolvidas com as obras que recebemos e colhemos o relato. Isso ocorreu porque temos como base a defesa dos trabalhadores e a garantia de condições dignas de trabalho”, disse Epifânia.
Donizete denunciou que a contratação dos servidores para a usina de Jirau, fora do Estado, não seguiu critério algum. “Os intermediários (gatos) iam aos Estados e enchiam ônibus com pessoas sem qualificação. Até alcoólatras e viciados em drogas foram recrutados e trazidos para a obra, pois a intenção dos ‘gatos’ era a quantidade, encher os canteiros”, informou.
“É importante esse relato, pois nós precisamos saber as condições em que os operários foram contratados e como eles eram recebidos aqui. Outro ponto que queremos saber é a quantidade de trabalhadores e a evolução desse processo de contratação”, completou Jesualdo.
O vice-presidente do Sticcero fez mais uma grave denúncia. Segundo ele, funcionava um prostíbulo dentro da área do canteiro de Jirau, com o livre consumo de bebidas e de drogas. “Foram trazidas pessoas de fora, sem a menor regra de contratação, sem o acompanhamento do sindicato, que era afastado das negociações. A empresa perdeu o controle e a coisa virou esse caos que todos sabemos”, disse ele, acrescentando que muitos viciados em álcool e drogas ficaram em Jacy-Paraná.
Ademilton Borges, também da direção do Sticcero, participou do encontro e destacou que a iniciativa da Assembleia em criar uma comissão para acompanhar a situação das duas obras é importante, para reforçar o apoio aos trabalhadores. “As usinas subestimaram o povo e os sindicatos. É importante que a Assembleia estenda a sua mão ao movimento sindical, dando mais força e respaldo na luta por melhores condições de trabalho”, completou.
Epifânia quis saber como era o clima de satisfação dos operários, após os conflitos, e como o sindicato vai tratar a questão das demissões, já anunciadas pelo consórcio de Jirau. “O acordo nos garantiu, somando aumento da cesta básica, hora extra e reajuste salarial, um ganho em torno de 18% nos salários. O clima é favorável à continuidade das obras, mas precisamos continuar vigilantes e acompanhando de perto a relação da empresa com os operários”, alertou Donizete.
O vice-presidente reivindicou da Assembleia que interceda para que as contratações de operários vindos de fora de Rondônia, não sejam ‘transformadas’ em locais. “Os operários chegam aqui e são contratados como locais, o que impede a baixada (retorno a sua cidade de origem), entre outros prejuízos”, adiantou Altair.
Jesualdo Pires disse que a Comissão vai seguir coletando relatos e documentos, até a realização de uma grande audiência, reunindo os envolvidos na questão.
Fonte: ALE/RO – DECOM
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