Quinta-feira, 19 de outubro de 2017 - 06h15
O público atendeu o chamado e lotou as dezenas de poltronas do Teatro 1, do SESC Esplanada, para a abertura do Cineamazônia, que ocorreu na noite da terça-feira (17). A responsabilidade de conduzir a cerimônia ficou a cargo da atriz e cantora Simone Mazzer.
Na oportunidade, ela leu um texto onde o Cineamazônia levantou a bandeira contra a censura, o obscurantismo, a violência, a intolerância e o fundamentalismo. “O que tem nos sufocado nos últimos tempos é a escalada cada vez maior de um tipo de névoa opressora. Vozes estridentes vindo dos mais profundos e tenebrosos recônditos tentando calar outras vozes. A censura, o obscurantismo, a violência, a intolerância e o fundamentalismo têm caminhado de mãos dadas, forjando um elo que parece ainda não ter nos despertado suficientemente para o risco que corremos”.
Outro ponto levantado ao público é a verdadeira arena sangrenta que virou as redes sociais, que deveriam unir as pessoas, e não, separá-las. “Nas redes sociais, que deveriam servir para um estreitamento de nossa condição humana, o que se nota é uma selvageria digna de nos fazer pensar que a raça humana está fadada ao fracasso total. Em algum lugar nos perdemos. É a sensação que muitas vezes temos ao ler e ver tanta coisa má, mesquinha, egoísta, cruel e desumana”, falou Mazzer.
A mestre de cerimônias foi além e destacou o papel do Cineamazônia diante de tantas dificuldades, onde chegou aos 15 anos mais forte do que nunca, apesar das tentativas de o calarem. “Nós estamos sufocando, mas queremos gritar. O Cineamazônia nunca se calou diante de tudo o que parece querer destruir esperança, sonhos, fé, cultura e arte. O festival completa 15 anos em um 2017 tenso, dolorido e estranho. Nunca se curvou aos ventos que anunciam tempestades de ignorância, desprezo pela humanidade ou atentados civilizatórios”.
Discursos
O superintendente estadual de Cultura, Rodnei Paes, parabenizou o Cineamazônia por mais uma edição. “Ficamos muito felizes em apoiar uma iniciativa tão importante como esse festival, reconhecido em todo o país. Começamos com uma parceria tímida, nos dois primeiros anos, mas que agora, se tornou maior e mais forte. Esperamos caminhar assim por muito tempo”, disse ele.
A representante do SESC Rondônia, parceiro que abriga a Mostra Competitiva até o próximo sábado, dia 21, revelou satisfação por abrigar novamente o Cineamazônia no Teatro 1. “Esse festival feito aqui, mostra o quanto temos uma diversidade bonita, que merece ser mostrada para todo o mundo. Não é à toa que o SESC Rondônia, por meio do nosso presidente, apoia incondicionalmente o Cineamazônia”.
Para o vice-governador do Estado, Daniel Pereira, o Cineamazônia é uma oportunidade de mostrar as coisas boas que a região tem a mostrar para todo o Brasil. “Nosso rios, como o Madeira e o Jamari são lindos. Não creio que tenha algo igual no mundo. Muita gente confunde nosso estado com Roraima, apesar de achar um estado incrível. Mas, Rondônia tem muitas coisas boas e lindas para serem mostradas ao país e ao mundo. Para mim, quem nos confunde, é por pura ignorância e desconhecimento geográfico, pois nós temos o nosso valor”.
Fernanda Kopanakis, coordenadora e produtora executiva do Cineamazônia, destacou o papel do estímulo à produção audiovisual no país, que levou estados que não tinham tradição na produção de conteúdo a inscrever filmes no festival. “Nós falávamos há pouco da produção de telefones celulares. Para quem não sabe, uma pequena porcentagem da produção desses aparelhos é voltado para o investimento público no audiovisual. Então, é uma política de governo antiga. Não começou nesse ano e nem deve acabar agora. Isso é muito importante para estimular a criatividade e a produção de conteúdo em nosso país. Um desses exemplos é Goiás, que não tinha essa tradição, e hoje conta com leis de incentivo muito interessantes para que produz cinema. Inclusive houve muitos filmes inscritos desse estado no festival”.
Por fim, o fundador do Cineamazônia e coordenador, José Jurandir da Costa, destacou o sucesso e a qualidade dos filmes inscritos para concorrer a Mostra Competitiva. “Eu classifico como milagre fazer cinema no Brasil. Mesmo assim, tivemos 452 filmes inscritos de 24 estados e do Distrito Federal, além de 17 países estrangeiros. Nessa semana, teremos a oportunidade de assistir 39 filmes, sendo 31 curta, dois média e seis longas metragens. Um deles é abre nossa mostra, que é o Dedo na Ferida, do grande diretor Silvio Tendler”.
Programação
Na quinta-feira (19), às 19h30, será realizada a atividade Cinema e Música, na Escola de Música Jorge Andrade, com exibição do filme convidado “Na Batucada da Vida”, sobre a vida e obra de Chico Batera, que contará com a presença do próprio músico. Após a exibição será a vez do grupo musical Trio do Norte fazer uma apresentação.
Na sexta-feira (20), das 8h às 11h30, é a vez do debate “É de poesia que o mundo precisa”, com os escritores José Inácio Vieira de Melo, Ronaldo Correia de Brito e Rubens Vaz Cavalcante, e mediação de Marcos Aurélio Marques. No mesmo dia, mas na parte da noite a partir das 19h30, ocorrerá a homenagem à antropóloga Betty Mindlin.
A 15ª edição do Cineamazônia tem o patrocínio do BNDES, Governo Federal, Ministério da Cultura, Secretaria do Audiovisual e da Lei Rouanet. Ainda tem o apoio cultural da Sejucel, Funcultural, Fecomércio e SESC Rondônia. O Cineamazônia é associado ao Fórum dos Festivais e membro do Green Film Network.
Fonte: Ascom da 15ª edição do Festival Latino Americano de Cinema Ambiental – Cineamazônia
Jornalista responsável: Felipe Corona
Fotos: Beethoven Delano
Videocast sobre moda e cultura é produzido em Vilhena
Com o objetivo de promover um diálogo entre moda e cultura em Rondônia, o projeto do videocast “Moda e Cultura: Um Diálogo em Rondônia” está sendo p
A III Feira de Conscientização e Prevenção Contra Queimadas, realizada no dia 25 de junho no Galpão da Feira, em Nova Mutum Paraná, foi palco de um
Banda Os Últimos se apresenta hoje no Festival Acústico Lo Fi na Estrada de Ferro Madeira-Mamoré
A Banda Os Últimos, um dos grandes nomes do rock autoral rondoniense, sobe ao palco hoje (28/06) no Festival Acústico Lo Fi, que acontece na históri
Depois de percorrer escolas e ter sua primeira mostra pública às margens do Rio Purus, em Lábrea, cidade que inspirou a obra, “Pela Água, Sempre!” s