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Bar do Calixto: patrimônio, samba e mobilização popular garantem sua reabertura


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Localizado na esquina da Rua Jacy-Paraná com Brasília, no bairro Santa Bárbara, o Bar do Calixto é, hoje, um marco histórico e cultural da capital rondoniense. Fundado em 1971 por Francisco Joaquim Calixto, o “seu Calixto”, o estabelecimento começou como mercearia/taberna e rapidamente se consolidou como reduto de boêmios, sambistas, poetas e compositores.

Reconhecido oficialmente como Ponto Cultural e patrimônio imaterial de Porto Velho, o bar abriga tradições como os projetos “Samba Autoral” e “Quinta da Santa” – este iniciado em 1998 – além de gerar inspiração para eventos populares como o Bloco Calixto & Cia e o Pagode dos Amigos.

Suspensão das atividades e mobilização

Em julho de 2025, denúncias infundadas relacionadas a “poluição sonora” e interesses comerciais em conflito provocaram uma intervenção policial no Bar do Calixto. Viaturas fortemente armadas chegaram ao local, em cumprimento de ordens superiores, desligaram equipamentos e dispersaram o público – episódio classificado como desproporcional pela comunidade cultural.

A ação provocou imediata revolta entre artistas, frequentadores e simpatizantes da música popular brasileira e samba, que viram na mobilização – tanto judicial quanto popular – a defesa da identidade cultural portovelhense. A hashtag “#DefendaOCalixto” tomou conta das redes e a classe artística anunciou protestos e ações em defesa do local.

Reconhecimento das autoridades e reabertura

Afastadas as acusações, a mobilização atingiu o ápice quando o Prefeito Léo Moraes, inquieto com a polêmica, solicitou esclarecimentos ao secretário do Meio Ambiente, Vinícius Miguel. O resultado foi a constatação de que o bar operava dentro das normas legais, sem causar poluição sonora além do permitido.

Sensibilizado, o prefeito determinou a imediata flexibilização da medida de suspensão, justificando a decisão como um ato de proteção à memória cultural, identidade e afeto pela Música Popular Brasileira, especialmente o samba. A decisão foi celebrada por frequentadores, artistas e pelo setor cultural da cidade.

Celebração coletiva e proximidade com o Carnaval

Em fevereiro de 2025, o Bar do Calixto foi palco de mais um “esquenta” carnavalesco, desta vez promovido pelo renomado Bloco Pirarucu do Madeira. O evento, promovido em 4 de fevereiro às 20h, uniu frevos, carimbós, marchinhas e axé music, homenageando a figura icônica da “Bailarina da Praça” – símbolo de resistência artística urbana. Este episódio reforça não apenas o valor simbólico do local, mas também seu papel ativo na difusão da cultura popular porto-velhense.

Impacto cultural e legado

    Tradição e história: 54 anos de história, desde sua origem como mercearia até se tornar referência cultural.

    Projeto e promoção cultural: abriga iniciativas como o Samba Autoral e inspira blocos e rodas de samba.

    Relevância social: mobilização popular ativa; público sensível ao papel do local como espaço democrático de convivência e arte.

    Valorização institucional: proteção legal garantida através de reconhecimento público e apoio governamental.

O Bar do Calixto segue de portas abertas como bar e restaurante, funcionando fortalecido após o episódio de suspensão, além de fornecer um cardápio variado de comidas típicas durante o almoço de Terça a Domingo, sua programação cultural com SAMBA funciona Quinta e Sexta–Feira a partir das 20h até as 23h30min; No Sábado e Domingo inicia-se às 17h e vai até as 20hs. Antes do Samba tem inúmeros artistas regionais renomados que se apresentam no local, tocando o melhor da MPB. Esse Ponto de Cultura local demonstra o elevado a exemplo de luta cultural, resistência cidadã e celebração da genuína brasilidade presente no samba, pagode e MPB. Mais que um local de encontro, é um capítulo vivo da história de Porto Velho — preservado por leis, Fé, corações e acordes.

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