Terça-feira, 12 de janeiro de 2010 - 07h04
Por Artur Quintela (*)
Porto Velho já merecia, e aguardava há tempos, um espaço dedicado à cultura local, sem os excessivos esmeros que protagonizam o permear cultural de nosso país.
Há, ainda, quem diga que ser culto é ser erudito. Pedante, parece-me, esta forma de pensar. Os mais humildes, os mais simples, também podem ser aculturados. E, por vezes, com qualidade superior aos doutos letrados que se isolam entre quatro paredes e só conhecem o que está nos livros que lhes chegam às mãos.
O Mercado Cultural promete, em breve tempos, estar tão lotado que não será fácil adentrá-lo nas noites portovelhenses.
Um dia desses li de um “pseudo-professor” que lugar onde se bebe pinga não é ponto de cultura. Êita pedância de um cabra-da-peste que se arroga erudito.
Pois é... O Mercado Cultural – NOSSO MERCADO CULTURAL – é sem sombra de dúvida um local diferente, pois não exagera, como escrevi a princípio, nos esmeros, proporcionando um enorme bem estar a qualquer visitante, de qualquer camada social (arghhh... camadas!!! Parece preconceituoso.).
E às sextas-feiras, Ernesto Melo, nosso Poeta da Cidade, cerca-se com o que de melhor há na cultura musical de nossa cidade, proporcionando ao seu fiel e distinto público horas de “resfriamento” do stress semanal. Músicas de excelente qualidade, a maioria composta pelos nossos menestréis, ali executadas por músicos que levam o público ao delírio.
Mas, e principalmente, nosso Mercado Cultural permite que esse bem estar se “estique” para os dias seguintes em comentários sadios, integrando o bate-papo entre os amigos que lá estiveram.
Foi o que aconteceu, por exemplo, nesse último fim de semana.
Levei para assistir o Fina Flor do Samba meu amigo Carlos Adriano, ex-integrante de bandas que fizeram sucesso estrondoso nos anos sessenta/setenta. Ali, o encontro com velhos amigos emocionou Carlão. Ao ser recepcionado pelo Nenê, com um abraço festivo, o músico sentiu que pecava ao não ter aparecido ali antes.
O fim de semana foi só comentários, então. E daí, as músicas de Ernesto, Dadá e Silvio Santos, que tanto falam de nossa Porto Velho, motivaram o sessentão a buscar no passado os encontros com aquela turma de amigos.
Pois, então... O papo regado a uma cervejinha gelada enquanto se escutava Ernesto Melo ou Anjos da Madrugada, tomou conta do domingo. Nomes de pessoas e locais do passado eram ali repetidos, trazendo o saudosismo ao ambiente. Isso fez o músico lembrar 1970 (isso mesmo, 1970), num encontro no Bar do Canto, quando “assistiam” a final da Copa do Mundo pelo radinho de pilha. Lembrou que Manelão integrava o grupo e talvez lembre melhor, com mais riqueza de detalhes o fato ocorrido. O certo foi que em determinado momento do jogo, a Itália fez um gol colocando o placar a seu favor. Naquele instante, um dos que escutavam o jogo – dono do rádio – pegou o artefato e jogou contra uma moita de espinheiros existente no local, quebrando-o em vários pedaços. Alegou que ninguém ali iria mais ficar nervoso, torcendo pelo Brasil que estava sendo derrotado, coisa e tal...
Foi quando passou um moço montado numa bicicleta, dizendo que o Brasil acabara de empatar e o jogo estava 1 a 1. Rapidamente os amigos deram um jeitinho de amassar a moita de espinhos, conseguindo resgatar o aparelho despedaçado. E... junta daqui, pega a pilha ali... e o tal radinho voltou a “falar”. Para alegria geral, o Brasil virou o jogo, terminando Tri-Campeão do Mundo.
Pois é... resultado da sexta no Mercado Cultural. Chegamos à Copa de 1970. Isso sem falar dos outros assuntos que o Mercado nos traz à mente.
Sem esnobação!... Fala sério... local onde se junta Bainha, Zé Katraca, Nené, Manelão, Dadá, Tatá, Maracanã, Makumba, Makumbinha, os Irmãos-Mestres Knights, dentre tantos outros brilhantes nomes de nossa cidade não é só um ponto cultural: É O PONTO CULTURAL DE PORTO VELHO!
E tem gente que diz que onde se bebe não se faz cultura. Sirva outra aí, por favor, amigo Zizi!
(*) O autor é músico e compositor
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