Terça-feira, 18 de novembro de 2025 | Porto Velho (RO)

×
Gente de Opinião

Cultura

ARIEL ARGOBE COMENTA: FLOR DO MARACUJÁ É ARTE PARA O MUNDO



Encerrou neste último domingo, dia 04 julho, o maior e mais esperado espetáculo de cultura produzido em Rondônia, o popularíssimo Arraial Flor do Maracujá. No período de sua realização, paralelamente, também aconteceu a XXIX edição da Mostra de Quadrilhas e Bois-Bumbás, vitrine reluzente por onde circulam as mais frondosas expressões culturais do plano imaterial, produzido por artistas anônimos das terras habitadas por karipunas, karitianas, caboclos, beiradeiros, guaporeanos e migrantes de todas as levas e das mais variadas regiões do país.

A Mostra do Flor do Maracujá abarca e expõe ao grande público, numa perfeita compreensão de democracia cultural, a nossa mais refinada e popular produção cultural intangível, materializada na forma plástica de exuberantes agrupamentos de quadrilhas juninas e bois-bumbás.

O conceito de patrimônio cultural imaterial compreende um conjunto de bens intangíveis, contendo as expressões culturais e as tradições que um grupo de indivíduos preserva, em respeito ao seu passado, garantindo assim, a posteridade de sua ancestralidade.

Os saberes, os modos de fazer, as formas de expressão, celebrações, as festas e danças populares, as lendas, as músicas, os costumes e tantas outras tradições são os exemplos mais comuns de patrimônio cultural imaterial (ou intangível).

Quem foi ao Arraial Flor do Maracujá não frequentou apenas mais um evento de cultura popular. O grande público circulou, na verdade, por salões imaginários de uma grande galeria de arte. Passeou por ambientes de um grande e importantíssimo museu de arte e cultura popular e contemporânea, onde foram expostas, para o deleite de todos, nossas mais relevantes obras primas, assinadas por desconhecidos artistas beradeiros, detentores de um talento nato e de uma imensurável criatividade, comparáveis ao valor e calibre de grandes mestres da arte universal, como Leonardo da Vinci, Michelangelo Caravaggio, Van Gogh, Manuel da Costa Ataíde, Alfredo Volpi ou mesmo, o nosso expoente maior do academicismo caboclo, mestre Afonso Licório.

O Arraial Flor do Maracujá é o nosso Museu do Louvre, pois, assim como o Louvre, o Flor é o guardião de nossos grandiosos objetos artísticos imateriais, patrimônio cultural intangível da região, do Brasil e também da humanidade.

Os grêmios culturais de quadrilhas juninas e bois-bumbás que se apresentaram no espaço cênico da Mostra do Arraial Flor do Maracujá, realizada há 29 anos, se colocam em nosso imaginário coletivo de caboclos e beradeiros, em mesmo grau de importância, magnitude e plano, como está posto para humanidade o quadro Monalisa, de Leonardo da Vinci. Nossos folguedos, no viés estético de produção popular, e o quadro da Monalisa, na moldura da produção erudita, são exemplos da genial ancestralidade artística do homem, daí a necessidade de institucionalização das políticas continuadas para preservação e perpetuação do bem cultural.

Fonte: Blog do  Ariel Argobe

 

Gente de OpiniãoTerça-feira, 18 de novembro de 2025 | Porto Velho (RO)

VOCÊ PODE GOSTAR

Flor do Campo e Malhadinho encantam público em Guajará-Mirim, durante Festival Duelo na Fronteira

Flor do Campo e Malhadinho encantam público em Guajará-Mirim, durante Festival Duelo na Fronteira

O Bumbódromo Márcio Paz Manacho viveu no domingo (16), um dia marcante para a cultura de Guajará-Mirim, com as apresentações dos bois-bumbás Flor do C

“Ela Mora Logo Ali” representa Rondônia em eventos de destaque na Amazônia e na COP30

“Ela Mora Logo Ali” representa Rondônia em eventos de destaque na Amazônia e na COP30

O premiado curta-metragem “Ela Mora Logo Ali”, dirigido por Fabiano Barros e Rafael Rogante, segue conquistando espaços importantes no cenário audi

Público lota cinema na estreia de Catador de Sons e Barranco em Porto Velho

Público lota cinema na estreia de Catador de Sons e Barranco em Porto Velho

O curta-metragem Catador de Sons e o clipe musical Barranco foram exibidos pela primeira vez na noite da última quinta-feira (13), no espaço Tapiri

Arte, Identidade e Meio Ambiente: Estudantes Ribeirinhos Transformam a Amazônia em Poesia Visual no Projeto “Percepções Amazônicas”

Arte, Identidade e Meio Ambiente: Estudantes Ribeirinhos Transformam a Amazônia em Poesia Visual no Projeto “Percepções Amazônicas”

Em meio às águas extensas do Baixo Madeira, onde a floresta dita o ritmo da vida, um grupo de estudantes ribeirinhos encontrou na arte uma forma de

Gente de Opinião Terça-feira, 18 de novembro de 2025 | Porto Velho (RO)