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A Estrelinha e Seus Amigos – Um livro de José Valdir



O escritor, poeta e professor José Valdir Pereira, que reside hoje em Fortaleza – CE, está em Porto Velho – RO,  desde meado do mês de março, lançando sua última obra, desta  vez um livro infantil – “A Estrelinhas e Seus Amigos”.  O livro é um misto de textos, poesias e poesias musicadas. Todas as músicas do livro estão cifradas  com as devidas partituras.A Estrelinha e Seus Amigos – Um livro de José Valdir   - Gente de Opinião

Valdir  deve  está chegando a uma dezena de livros publicados ou mais.   Publicou  livros sobre a história de Rondônia, livros técnicos sobre educação e fundamentalmente livros de poesias, daí, preferir ser chamado de poeta, e mais, é romântico, prefere o codinome de “poeta das flores”.

“A Estrelinha e Seus amigos”  já foi  lançado em vários locais aqui em Porto Velho e já está agendado para  lançamento em Buritis, Guajará Mirim, Cacoal e Vilhena e quem tiver interesse em adquirir o livro infantil do professor Valdir, está disponível na Livraria Leitura no Porto Velho Shopping.

O livro

Apesar dos  pesares, apesar da dor, da ilusão, dos desencontros que marcam a raça humana no planeta terra, José Valdir Pereira, apesar de admitir tudo isso, é um otimista. E como otimista,  apesar  de pautar alguns dos seus textos e poesias ( músicas) do seu livro infantil com a temática do desencontro  ( tema  recorrente no seu fazer poético), ele corre, se enverga, pula, dá uma cambalhota nos sentimentos e no seu escrito  e termina por afirmar que o homem tem salvação e que caminhamos em busca de um mundo  melhor e de paz. Senão Vejamos.

O  tema do desencontro  acompanha o poeta em parte do livro;  na  poesia/música  “ A tristeza do sapinho”   ( canta-se o amor que se perdeu na espera de outro):  A minha sapa,/ foi embora e me deixou,/ agora estou sozinho,/ sem a sapa meu amor...Não fique triste meu sapinho, uma sapa vai, outra sapa vem/ Hoje você está sem a sapa, amanhã a sapa tem.). No mesmo caminho vai a linda poesia/música “ A estrelinha lá no céu” ( aqui o autor fala do  amor esperado que vai chegar ) e na música  “A sereia” o tema é o amor perdido. Na poesia  “ O velho trem no Brasil tem...”, a temática é o desencontro do medo do futuro: Pobrezinho, sem passageiros, sem ninguém,/ vai pro ferro velho, depois de um constante vai-e-vem./ Valha-me Deus!/ Será que vai ser assim comigo também?/ Ferro velho de alguém?/ Assim, que nem o velho trem.../ Olha o trem! Cadê o trem.

Mas,  se quatro poesias/ músicas,  denunciam o desencontro que existe tanto por aí – até para mostrar, creio, que o mundo infantil não é só de alegria e beleza como muitos pensam -   o restante do livro é outra coisa,  carimba o verso  do poetinha Vinicius de Moraes : “A vida é a arte do encontro”.

Na poesia de abertura “É natal...” o poeta nos convida a celebrar a chegada de Cristo: “No nosso coração, vem derramar, a paz de que precisamos,/ Aumentar o amor que ainda é pouco, e a felicidade de amar”.  E por aí vai desfilando o amor paternal, o amor fraternal, o congraçamento e a celebração entre as vidas.

Alguns textos assumem um jeito meigo e afável, com dose professoral. O que seria inevitável, uma vez que, o autor passou toda sua a vida como professor em diversas disciplinas, do ensino básico ao universitário;   este perfil está nítido  no texto “ O mar, um amigo para lembrar”, onde faz um canto à sua filha e ao mesmo tempo ensina como  se deve  aproveitar o mar sem se “queimar” e sem afogar-se.

O livro “A Estrelinha e Seus Amigos” estar  recheado de mensagens de esperança, da ingenuidade inteligente que não é boba e principalmente de esperança na fraternidade humana. Coisa que o professor e poeta José Valdir acredita,  e que nós todos, para viver, precisamos acreditar.

Valdir com seu texto perseguiu o dito pelo escritor de fábulas infantil Jean de La Fontaine – “ se quiser falar ao coração do homem, há que se contar uma história. Dessas que não faltam animais, ou deuses e muita fantasia. Porque é assim, suave e docemente que se despertam consciências”.  E acreditem! Ele conseguiu.

“A Estrelinha e Seus Amigos” está recheado de animais, deuses,  sobretudo, fantasias.  É a sua conscientização da missão   de despertar consciências que levou certamente o professor Valdir fazer esse longo e difícil exercício de escrever para as crianças. Missão cumprida. Mas,  tem mais.  Para finalizar o poeta deixa uma mensagem de esperança para  que o homem  não se destrua, como está se destruindo, na valorização exacerbada do material, do ter. Cobra que toda criança merece e deve receber presentes todos os dias, não necessariamente materiais, mas sim, aqueles que chegam à alma e ao coração, como: amor, carinho, paciência e compreensão.

Convencionou-se que literatura infantil é para criança. Sabemos ser isso uma falácia. O livro do poeta Valdir, pelo propósito, é um livro para crianças, e, sobretudo,  para adultos. É  leitura obrigatória para adultos. Lembrando o psicanalista suíço Carl Gustav Jung:  “Em todo adulto espreita uma criança – uma criança eterna, algo que está sempre vindo a ser, que nunca está completo, e que solicita cuidado, atenção e educação incessante. Essa é a parte da personalidade humana que quer desenvolver-se e torna-se completa”. A leitura de “A Estrelinha e Seus Amigos” ajuda nesse propósito.

Explica a  psicóloga clínica Rosemeire Zago,  junguiana: “É preciso amar primeiro nossa criança, para depois amarmos outras pessoas e recebermos  amor; do contrário sempre escolheremos, inconscientemente, relacionamentos doentes e destrutivos, recriando padrões da infância. Hoje o resgate da criança interior é o elemento mais importante  do trabalho terapêutico. Ouvir essa criança é essencial ao processo de torna-se único. A necessidade de encontrar a criança interior faz parte da jornada de todo ser humano que se encaminha na direção do autoconhecimento e de sua totalidade”.  “A Estrelinha e  Seus Amigos” ajuda nessa tarefa terapêutica de nos devolver a nossa criança, daí ser,  leitura obrigatória para  adultos.

No mais,  diante de tanta desonra, cinismo e desfaçatez , que estamos presenciando, infelizmente, no nosso dia a dia,  o livro do poeta José Valdir é um pingo de luz, de alerta, de que ainda é possível ter esperança na raça humana, que ainda é possível nos salvar e ajudar a salvar o próximo.
 

Adaides Batista – Dadá

compositor popular, poeta e jornalista

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