Quinta-feira, 4 de fevereiro de 2016 - 15h01
Todos sabem que há uma epidemia de zumbis na TVs. Os médicos dizem que não é possível, porque se desligar o sistema nervoso o corpo morre. Muitas também são as suposições do porquê de tanto ataque à consciência mediana; muita gente vê, mas é filme demais. Vejamos algumas versões:
1) Além dessa versão de zumbi real, que não poderia existir, há a Teoria da Conspiração (volto a ela mais tarde).
2) Avisam a Humanidade para a Hecatombe natural do planeta: o consumismo vai consumir a vida na Terra.
3) Preparam nosso espírito – como ideologia que viraliza nas telas e na net – para a decretação ininterrupta de Estados de Emergência.
4) Seremos, cedo ou tarde, atacados por vírus, bactérias e que tais que hoje já driblam a imunidade e os remédios mais fortes.
5) Os zumbis sociais tendem a crescer com a miséria humana, para perto de ¾ da população mundial (volto a isso).
6) Simplesmente ganhar muito dinheiro.
Você também pode juntar todas as hipóteses ou algumas e encontrar novas possibilidades imagéticas. Em verdade, essa lista não tem fim. Em todo caso, vejamos onde nos levam tais estupidificações sociais.
Pela Teoria da Conspiração, haveria sim o desenvolvimento de armas ultra-sofisticadas e que poderiam espalhar todo tipo de malefícios geneticamente desenvolvidos, para reduzir a população mundial e assim diminuir o impacto sobre as reservas naturais.
Essas armas seriam desenvolvidas por engenharia reversa, isto é, capturada de alienígenas. Ou numa combinação satânica do vírus da raiva animal com o Zica vírus, por exemplo, e que fossem transmitidos pelo ar e pela água.
Com tanta miséria e gente se matando e se comendo, porque no futuro próximo não haverá água e comida para todos, decretar-se-ia o Estado de Emergência com aplausos dos bonificados com a vida. (O canibalismo foi comum na Segunda Grande Guerra).
Sobre o zumbi social, creio que todos nós os vemos quando paramos os carros nos semáforos ou embaixo de marquises e viadutos, no descaminho de ruas desertas de sentido público. Basta-nos multiplicar este número pelos pobres que serão despejados como ratos da produção capitalista e aí imaginar de quantos zumbis estamos tratando.
Há uma sociologia especializada em zumbis sociais – apelidados de lumpemproletariado, ou seja, socialmente, estão abaixo do proletariado, excluídos de tudo – mas não vou chegar a essa minúcia.
Basta-nos recordar que há um belo romance, “Ralé”, de Massimo Gorki, sobre o tema. Ou “Navalha na Carne”, do nosso Plínio Marcos. Além do mais, estão pelas ruas e cada um pode tirar as conclusões que quiser.
Se você chegou até aqui, é como eu, não gosta do gênero. Porém, há um filme desses que traz uma mistura de pastelão e super realismo, e que ajuda a dar algumas risadas mais pelo ridículo das situações: Zumbilândia.
Os zumbis sociais, de qualquer modo, são reais e logo colocarão todas as nossas teorias e (bio)ideologias à prova: capitalismo, meritocracia, Justiça Social, equidade, Princípio da Dignidade Humana, distribuição de renda. Preparado(a)?
Vinício Carrilho Martinez
Professor Ajunto IV da Universidade Federal de São Carlos – UFSCar/CECH
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