Quinta-feira, 25 de fevereiro de 2016 - 21h30
Nesta imagem estou tomando café,
entre uma compra e outra no supermercado.

Vendo, e sendo visto, observa-se um observador. Sempre!
Acima de mim, como se vê, há um pianista que torna a vida das pessoas mais suaves, menos densas, naquele tempo que levam para transitar de uma gôndola a outra. Quando a foto foi postada, para alguns, gerou-se a impressão de ser observado por um segurança.
O que é bastante normal, visto que há monitoramento 24 horas em locais públicos e/ou privados. Vivemos a síndrome da vigilância em todas as instalações e mentes. Somos vigiados, bem como atuamos como vigilantes.
O inusitado da questão é que não se trata de um vigia ou de qualquer sistema de controle, denominado de panóptico. É interessante como a nossa percepção nos engana, pois estamos tão acostumados (adestrados) para vigiar, controlar, ativa ou passivamente, que se pode perfeitamente não ver a arte – pois, procuramos pela política da vigilância.
Hoje pensamos que tudo é vigilância, é um sentimento comum - e pavoroso ... faz tempo que também perdemos a fé na política da boa vizinhança.
Porém, é surpreendente e alentador descobrir que pode haver arte onde haveria perseguição.
Estamos em guerra constante com o mundo a nossa volta e vice-versa. E é em momentos como esse que a gentileza e a civilidade se (re)encontram com a arte.
Essa etética do bem, o piano, o pianista se revelam como pontos de fuga nesse afogamento da mesmice, do consumismo – e da vigilância e do controle.
Enfim, obtivemos na foto um panóptico ao contrário. O artista a ser observado e ouvido por múltiplos olhares e escutas. A liberdade dos corpos, das mentes, da arte, do bom gosto, ao invés do controle...
Um arejamento revigorante para a liberdade. Mesmo que por alguns instantes.
Vinício Carrilho Martinez (Dr.)
Professor Ajunto IV da Universidade Federal de São Carlos – UFSCar/CECH
Angélica Bonfim
Psicóloga da Defensoria Pública de São Paulo/Capital – atua na defesa de direitos
Domingo, 9 de novembro de 2025 | Porto Velho (RO)
Necropolítica e luta de classes no Rio de Janeiro - O fim do Estado
A chacina ou o massacre – como se queira chamar – levados a cabo pelas forças policiais do Rio de Janeiro, a mando do Governador do Estado, no dia 28

Educação e Sociedade: Sociologia Política da Educação
O leitor terá a seguir apresentação do mais recente livro de Vinício Carrilho Martinez, professor titular da Universidade Federal de São Carlos. Ace

Ela pensa? - a inteligência desumana
Tanto fizemos e desfizemos que, afinal de contas, e ainda estamos no início do século XXI, conseguimos produzir uma inteligência desumana, absolutam

Pensamento Escravista no Brasil atual
Esse texto foi pensado como contribuição pessoal ao Fórum Rondoniense de Direitos Humanos – FORO DH, na fala dirigida por mim na mesa Enfr
Domingo, 9 de novembro de 2025 | Porto Velho (RO)