Sábado, 10 de agosto de 2013 - 13h20
Coisas inusitadas, para o bem, também podem ocorrer no Brasil.
Além de toda corrupção, falta de profissionalismo e má vontade geral, o país pode nos surpreender, para o bem, quando se pensa em fazer a coisa certa. É o caso da Universidade Estadual da Paraíba que investiu de vez na ressocialização dos presos:
Uma penitenciária em Campina Grande, na Paraíba, será a primeira do Brasil a ter um campus universitário em suas dependências para que os presos estudem. O campus da UEPB (Universidade Estadual da Paraíba) será inaugurado no dia 20, mas as aulas devem começar só no ano que vem[1].
Ao invés de construir fábricas dentro de presídios, para exploração de mais-valia – além de toda exploração que a maioria dos presos já teve –, a universidade ocupou seu espaço e viu na educação a primeira possibilidade real de muitos, talvez da maioria dos presos deste presídio.
Com educação, os presos poderão se tornar bons profissionais, poderão “ler” o mundo em seus variados desafios e significados; com a boa educação, os presos saberão reconhecer o que a sociedade espera deles.
Ousaria dizer que é a primeira vez em que são tratados como gente, como pessoas, como sujeitos. Educados poderão efetivamente tomar o rumo de suas vidas, pois já não serão mais manipulados pela ignorância e pela ignomínia.
Quem disse que a educação não faz revolução?
Todos nós, os críticos da educação e os mais bem intencionados, ou simplesmente educados, todos nós precisamos estudar mais...nosso desafio comum é mudar o disco da discórdia, do cinismo, do derrotismo, enfim, do senso comum.
Assim, quando falarmos em educação e ressocialização, por favor, não usemos mais do senso comum como guia de nossas consciências. Sejamos mais prudentes, mais educados. Isto é educar para a liberdade – quem não conhece deveria aproveitar para ler Paulo Freire: o educador da liberdade.
Para os que me criticam, agora mesmo enquanto leem o texto, vale a mesma recomendação: devemos estudar o que é educação.
Uma coisa é muito certa: a educação, se vier a existir de fato, mudará a vida comum do homem médio, no Brasil, esteja ele livre ou preso.
Vinício Carrilho Martinez
Professor Adjunto III da Universidade Federal de Rondônia - UFRO
Departamento de Ciências Jurídicas/DCJ
Pós-Doutor em Educação e em Ciências Sociais
Doutor pela Universidade de São Paulo
[1]http://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/2013/08/1324557-paraiba-tera-o-primeiro-campus-universitario-dentro-de-presidio.shtml.
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