Sábado, 7 de abril de 2018 - 13h29
Penso que não serve mais ao mercado.
Hoje é forte motivo de retração da economia.
É um fardo imoral, abalado com a 3a denúncia, quebra de sigilos etc.
Na linguagem de Anthony Giddens, os sistemas peritos do Poder Político estão arruinados.
Alguns veem o momento de afirmar candidatos de centro (direita) contra os candidatos outsiders: extrema-direita.
Mas os tais partidos de centro não tinham ministros? Por isso não decolam nas pesquisas.
O mercado ainda poderia apostar na extrema-direita; na verdade, faz testes de equilíbrio emocional com Bolsonaro.
O pêndulo do mercado está entre Alckmin (empacado, sem certeza de 2o turno) e Bolsonaro.
Em todos os cenários candidatos de esquerda serão bombardeados.
Ciro Gomes deve ser o próximo da lista. Talvez já esteja mais silencioso, menos estridente nas denúncias. PC do B e PSOL, se ameaçarem, serão tratados como “arruaceiros” pela mídia oficial.
Estaria nas vizinhanças políticas a Lei Antiterror, escalada para os movimentos sociais: MST e MTST, especialmente.
O momento, avalia o mercado, é propício para retornar as privatizações deixadas pelo PSDB de FHC.
Aqui entrariam a previdência (crescendo o sistema financeiro, as Crefisas da vida) e as universidades públicas. Especialmente as federais: um campus da UNB já estaria fechado, por falência múltipla dos seus órgãos administrativos.
Outros poderiam ver os limites, o fundo do poço, da política econômica neoliberal e neocolonial. Na década de 1990 foi a ortodoxia asfixiante, agora é o PIB congelado e desindustrialização.
Nessa indexação teríamos de analisar ritmo e fluxo da "taxa de lucro" (mais-valia).
A reforma trabalhista e a terceirização total não deveriam alavancar a economia?
Mas o que vimos não foi apenas o crescimento do desemprego e da informalidade e, portanto, o nivelamento para baixo da arrecadação?
Em 2016, vimos essa encolha nos investimentos privados antes do impeachment.
O mesmo mecanismo de blecaute econômico do Chile pré-Pinochet.
A greve geral chilena, patrocinada pelo grande capital (desabastecimento), foi o nosso 2013-15.
Agora, entretanto, até os rentistas perdem dinheiro. O mercado imobiliário está zerado. Não se compra imóvel a não ser Minha Casa, Minha Vida ou mansões na casa dos milhões. O miolo mediano não faz novos financiamentos.
O que explicaria a revolta da classe média e a guinada para a extrema-direita. Essa é a análise clássica da sociologia política dos anos 50-60.
Não sou economista, mas só vejo esta lógica financeira (economia política) como armamento ideológico-jurídico para minar ainda mais o temerário governo brasileiro.
Não por acaso predomina, como hegemônica (Gramsci), a chamada "teoria econômica do direito". Nesse caso, quem me diz isso é um amigo-professor especialista em hermenêutica jurídica. A relação republicana do Estado de Direito pós-moderno é monetarizada, ou seja, aplica-se a lei quando o Estado pode ter lucros.
Na prática, o direito nunca foi tão economicista (pejorativamente) e nem a Política (Ágora) esteve tão judicializada, a ponto de a sociabilidade ser quesito distinto da Polis.
O que é péssimo para a vida pública, para o homem médio em sua vida comum e pior ainda para os "negócios".
Então, ironicamente, é o mercado quem grita "Fora Temer".
Porque, em linguagem simples, o país está falido.
Vinício Carrilho Martinez (Pós-Doutor em Ciência Política)
Professor Associado da Universidade Federal de São Carlos – UFSCar
Departamento de Educação- Ded/CECH
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