Quinta-feira, 19 de maio de 2016 - 17h31
No retrogolpe, golpe continuado pela manipulação constitucional, os culpados serão as vítimas: o povo sem direitos. No golpe do Leão da Montanha, pela direita, haverá culpabilização das vítimas. O que já ocorre, na verdade, a exemplo do delegado que pergunta pra moça estuprada que roupa ela usava.
Quer dizer, a mimisaia é culpada pelo estupro: moça e roupa tinham um cartaz na testa pedindo pelo ato do abusador. Pois então, em analogia, na política do retrogolpe o destro vira sinistro.
Com a advocacia geral do Cunha, as esquerdas serão culpabilizadas pelo golpe da direita e pela Ditadura Constitucional que se instalou. Na TV Xuxa(da), o Leão da Montanha sempre é o herói! Esta é uma das justificativas do golpe da geração coca-cola. Nas mentes Illuminati, o destro é sinistro, Mengele cuida da saúde, as mulheres são incompetentes, o criacionista gere a ciência, o povo não repara no Sinistro da Justiça, os direitos acabam com os empregos.
Assim, o Leão da Montanha dispõe de liberdade para atacar quem ataca políticos golpistas corruptos; postagem na NET dará prisão de um ano. Mas, isso é culpa das esquerdas. O destro, que é sinistro e aliado da TV Xuxa(da), realmente é muito esperto. Tão esperto que vai exportar sua expertise.
Na paródia do golpe misógino, a mulher bela, recatada e dólar impõe a estética política de Poliana. Nos EUA do brasil, o Vampiro Brasileiro (do Chico Anísio) faz a Petrobrax virar petrodólar. E, bingo! Vendida e entregue no pó da bacia das almas. No mito de Macunaíma, não existe alucinação ou embriaguez pelo poder. Tudo isso é verdade, tanto que o destro é sinistro... muito sinistro.
Na paróquia, o modelo político atual tem exatos (2000 e) 75 anos de longevidade. É conduzido por homens brancos, velhos, (alguns gordos) e todos muito ricos. Mas, antes disso, evoluíram O Pequeno Príncipe (do Maquiavel deles), quando da residência em Paris.
No apartamento de duas dezenas de milhões de euros, fez-se o Príncipe da $ociologia. Para sacramentar o novíssimo modelo político que iria implantar anos depois, no entanto, mandou esquecerem de tudo que escreveu sobre o fascismo. É que nos manuais de literatura política de Poliana, essa palavra não existe. Também por esse mecanismo o destro vira sinistro.
Na prosódia do português castiço da posse no poder (de outrem), os verbetes trair e golpear (é só começar) também foram excluídos. Porque assustam as crianças.
Na cultura da torpeza, o povo se encanta, revive, tem espasmos e gozos em vida com a Síndrome de Estocolmo: adora, venera os violentadores dos seus direitos, de sua consciência e dignidade.
Pelo prazer mórbido de ver o desafeto da aristocracia sucumbir, o povo tem o imenso prazer de comemorar golpes nanicos na democracia. Por isso, os anões do poder se agigantam e exibem sua Branca de Neve: bela, recatada e dólar.
A última. No mistério público, o devorador de merendas infantis é empossado chefe do poder, na Casa do Povo. Na igreja mãe do neopentelhismo, o vampiro Sanguessugas de Ambulâncias é devoto bispo e pastor.
É a Síndrome de Estocolmo, a paixão pelo absurdo, o amor pelo nojento, a identidade perfeita - em idolatria - com a putrefação da política. Nessa síndrome da torpeza, o objeto da vida é tudo que for abjeto. Nossa realidade prosaica escapa a qalquer mito dignificante.
Vinício Carrilho Martinez (Dr.)
Professor Ajunto IV da Universidade Federal de São Carlos – UFSCar/CECH
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