Terça-feira, 30 de dezembro de 2025 | Porto Velho (RO)

×
Gente de Opinião

Vinício Carrilho

Dário Oficial da Caverna - Depois de ouvir o berrante


Dário Oficial da Caverna  - Depois de ouvir o berrante - Gente de Opinião

Tenho lido, você também, que após a pandemia do coronavírus o mundo será diferente. E temos lido tanto prognósticos científicos quanto poesias ou falas humanizadas por alguma religiosidade, e outros pensamentos desse tipo, que estimulam o futuro da Humanidade. De fato, nada será como no passado e isso por duas razões simples: o passado já era, é “uma roupa velha” e não servirá amanhã, agora se nesse futuro-presente estaremos mais crescidos, humanizados, isso é outra história; porque, deixando o passado, procurando pelo presente – ainda que não tenhamos como analisar adequadamente o presente –, vale lembrar que “o futuro aos homens pertence, em seu fazer-política e história”. Ou seja, não temos a menor condição, com alguma seriedade científica, de prognosticar como será daqui a 15 dias, chegando no auge da pandemia (além do colapso do SUS), quanto mais ao final de seis meses – ou mais. Aliás, nem posso dizer quem será o presidente do Executivo, porque também não sei (sem dúvidas) quem exerce o poder de fato, hoje. O outro exemplo, acerca desse mundo diferente que haveremos de ter, obrigatoriamente, e por certo, ao findar a crise respiratória mais letal que a Humanidade já viu, cabe numa pergunta conceitual, mas não retórica: O Estado de Exceção, na fase atual, opera-se com o fechamento de fronteiras, isolamento domiciliar ou com as Leis Marciais, o Estado de Emergência (onde há) ou a possível decretação de Estado de Sítio, no Brasil? Em qualquer dos casos, me parece até este momento, a pior pandemia é a que nos afastou da Política, da Polis, do exercício da cidadania como fabricação política da sociabilidade. E, para cessar esse estoque de maldades, os remédios públicos não parecem assim tão à disposição do povo. Arrisco-me a dizer que a vacina contra o COVID-19 virá antes de sabermos o que é a mínima democracia capaz de fazer retroagir o fascismo nacional. (Há que se lembrar que em 1918 não havia vacinas, então, a morbidade passou de 100 milhões de pessoas, ou seja, o fato de “não ter vacina”, em 1918, afasta as tentativas de comparação em termos de taxa de letalidade com os dias atuais – e ainda que por essa época já se gestasse o fascismo europeu).

* O conteúdo opinativo acima é de inteira responsabilidade do colaborador e titular desta coluna. O Portal Gente de Opinião não tem responsabilidade legal pela "OPINIÃO", que é exclusiva do autor.

Gente de OpiniãoTerça-feira, 30 de dezembro de 2025 | Porto Velho (RO)

VOCÊ PODE GOSTAR

Capitalismo Digital - Mais valia onírica

Capitalismo Digital - Mais valia onírica

      É bem provável que muitas outras abordagens, em linhas diversas desta aqui, tenham adotado esse título ou assemelhado, a fim de esboçar essa p

Indulto de Natal

Indulto de Natal

Quando chega essa época, penso em algumas coisas:1. Aprendi quando criança que o espiritualismo tem o princípio de que não há pena perpétua: todos po

À Nita Freire - e ao professor das professoras e dos professores (1)

À Nita Freire - e ao professor das professoras e dos professores (1)

Hoje temos um motivo para festejar, com a esperança de quem muito almeja esperançar, agir para transformar[1].Hoje, homenageada, Ana Maria Araújo Fre

Nita Freire na UFSCar

Nita Freire na UFSCar

Em evento conjunto, o canal do Youtube A ciência da CF88 (https://www.youtube.com/c/ACi%C3%AAnciadaCF88) e o Núcleo de Formação de Professores (NFP)

Gente de Opinião Terça-feira, 30 de dezembro de 2025 | Porto Velho (RO)