Sábado, 3 de novembro de 2012 - 17h01
Imagino que muita gente defenda o ENEM e que vai me atacar pelo comentário. Em todo caso, pedir para associar o famoso herói de HQ Capitão América com as guerras é um pouco demais, é um absurdo para falar a verdade.
Por várias razões é um absurdo: 1) para saber a história do Capitão América, foi preciso consultar o Google, porque nunca li esse gibi e porque sempre o associei ao Império estadunidense; 2) é uma historinha criada na década de 1940, isso mesmo, em pleno curso da Segunda Guerra Mundial – não conheço ninguém que tenha lido, quanto mais os jovens que fizeram a prova; 3) o patriotismo estadunidense seria melhor investigado na análise do Patriot Act; 4) se era para trilhar o caminho das analogias, por que não se solicitou uma comparação entre Batman e a quadrilha do Cachoeira?
Poderia seguir a tarde inteira procurando razões para desqualificar apenas essa questão do ENEM, mas penso que as analogias poderiam ser bem mais qualificadas. Outra relação evidente seria entre O Processo de Franz Kafka e o mensalão. Ou ainda a analogia entre as ideologias totalitárias previstas em romances como 1984, e tantos outros, para se (re)ler a Primavera Árabe de outro modo.
Enfim, Capitão América é o fim de linha, é o fim de uma ideologia combativa, reveladora que se queria ver na educação brasileira. É o fim de qualquer educador que leve essa qualificação. Aliás, mostra um pouco dos porquês da educação brasileira ser o lixo que é.
Nem o Capitão América nos salvará dos burocratas de Brasília. Se não fosse trágico, seria cômico. Hoje não conseguirei ler ou escrever qualquer coisa. É como se sentisse a desolação que se abate na educação oficialesca. É um insulto à inteligência média, daquelas que se conta em piada de tico e teco.
A pena para quem faz e autoriza a aplicação de um teste imbecil como este seria a obrigação de ler todos os gibis, sem direito a sair da jaula até que se acabem as revistas. Isso mesmo, jaula. O ENEM é uma pegadinha ridícula.
Vinício Carrilho Martinez
Professor Adjunto II da Universidade Federal de Rondônia
Departamento de Ciências Jurídicas
Doutor pela Universidade de São Paulo
Antropologia Política do Virtual - o fim da inteligência social
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