Segunda-feira, 1 de novembro de 2021 - 09h40
Ontem debatemos um pouco sobre os efeitos da pandemia na escola pública, especialmente no ensino fundamental.
Basicamente, e quase que de forma generalizada pelo país, Estados e municípios não fizeram nada.
As pequenas exceções apenas confirmam essa regra.
Em 2020, jovens e crianças não tiveram nem acesso à merenda.
Em 2021 entraram em sala de aula, mas só recentemente - e sem vacinação das crianças.
São praticamente dois anos perdidos na escolaridade de crianças carentes ou pobres. Algumas, muitas, vale lembrar, passando muita fome; pois, tinham na escola um refúgio para sua alimentação.
Muitas vezes, na escola recebiam a única refeição do dia. Isso até 2019. Em 2020, como vimos, não houve assistência alimentar.
O Brasil de 2020-2021, sobretudo, para crianças e jovens pobres e necessitados, é igual a Vidas Secas.
Graciliano Ramos, na verdade, permanece nos ensinando que o país sempre foi Casa Grande & Senzala.
Qual é o impacto disso?
É gigantesco. Crianças famélicas e famintas, com pouca ou nenhuma assistência, ainda receberam a pena de dois anos de desprovimento em suas vidas.
Onde isso se reflete?
Imediatamente, no dia seguinte à fome. Em todos os dias.
Como é que se estuda e aprende com fome?
E como é que se alfabetiza sem escola ou suporte familiar?
Onde veremos o maior impacto, pensando no país?
No dia seguinte à fome, em todos os dias. E mais ainda, daqui 5, 10 anos, quando esses jovens e crianças chegarem ao mercado de trabalho ou à universidade.
Por enquanto a universidade não é só para alguns (ricos), como quer o Ministério da Educação.
Digo quando chegarem ao mercado de trabalho tendo em conta os que "ainda" não estão submetidos às jornadas de trabalho, absolutamente, incompatíveis com sua condição e idade.
Na prática, nosso Fascismo Resiliente é marcado pelas permanentes investidas contra a mínima noção de civilização.
Assim, "revogar" o Estatuto da Criança e do Adolescente, para quem já subtraiu a Constituição Federal de 1988, não é nada.
Aliás, na mentalidade fascista, essa revogação múltipla de direitos, liberdades e garantias é uma obrigação.
A pandemia, portanto, agudizou enormemente esse "dever de ser fascista".
O conjunto de pandemia e de pandemônio fascista destruiu a vida e os sonhos de nossos jovens e crianças.
E como são as crianças e os jovens sem Utopia?
Hoje, sinceramente, não consigo mais pensar nisso, não consigo descrever como é uma criança sem sonhos.
Certamente, uma criança sem sonhos está arruinada, muito pior do que um adulto sem esperanças.
Quando poderemos pensar em mitigar esses efeitos?
Com muita sorte (Cornucópia) e empenho virtuoso, talvez, daqui uns 20 anos.
É triste.
É a realidade.
É nossa Distopia.
Hoje não é Dia da Criança. Ou melhor, todo dia é dia da criança – e é nosso dever denunciar, lutar e combater o trabalho infantil. Afinal
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