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Gente de Opinião

Vinício Carrilho

A INFRAERO e a GRU Airport


Esta é a terceira vez em que escrevo sobre este assunto: a truculência da empresa que toma conta do Aeroporto Internacional de Guarulhos, sob o codinome de GRU Airport. Trata-se do melhor exemplo que conheço da privatização como desserviço público. Anteriormente, reportei as vezes em que fui molestado, destratado, injuriado pela empresa que tem a concessão do serviço público, porque, como deficiente físico, obrigam-me a passar por um tratamento não-isonômico. O fato é que tenho uma prótese de metal na perna esquerda, além das muletas de alumínio, e todo este metal aciona a campainha. Nenhuma pessoa que tenha uma moeda nos bolsos será molestado, mas comigo é diferente, sou levado por dois ou três seguranças de estilo MMA a uma sala reservada. Ali, com luvas, o sujeito verifica se a prótese existe mesmo, mas nem levanta a barra da calça. Quer dizer, toca sobre a calça, enquanto o seu segundo marca pose de agente federal. Ele não poderia tocar a calça em cima do capacho, como faz com a pessoa que tenha uma moeda no bolso? Na verdade, a moeda do bolso é retirada e a pessoa nem será inspecionada, mas deveria pela norma de segurança. Confesso que hoje não estou com paciência para falar disso, acabei de chegar do trabalho, na Universidade Federal, e tenho a cabeça ligada a assuntos relevantes, edificantes e não broxantes como este. Todavia, quero dizer com clareza que enviei uma mensagem semelhante a esta a diversos órgãos públicos: a própria INFRAERO; Secretaria Nacional de Direitos Humanos; OAB nacional; gabinete do senador Eduardo Matarazzo Suplicy. Apenas o senador me deu alguma satisfação. Na verdade, foram duas mensagens eletrônicas, a segunda já com o Ofício n.º 00213/2013, em anexo, encaminhando pedido de explicações formais à presidência da INFRAERO. É a segunda vez que o senador me responde com a verdade. Na primeira, em 2000, aceitou responder e participar de uma pequena enquete sobre o tema da pesquisa de doutorado: a governança eletrônica. Tal qual nesta mensagem, o senador Suplicy foi o único a responder aos e-mails enviados na época. Sua mensagem foi citada na íntegra no corpo da tese. O que mais gostaria de dizer sobre o caso é que o senador Suplicy é um político do bem. Para mim, sempre sinalizou o arete de que se ocupavam os gregos antigos, a ideia da excelência na política. Não falo apenas por este caso, mas por toda sua trajetória política. Penso que o político honesto, aquele de virtù, tem que ser anunciado para todos. Afinal, precisamos é de exemplos positivos. O mínimo que posso fazer é agradecer a presteza no tratamento de assunto de relevância pública.

Vinício Carrilho Martinez

Professor Adjunto III da Universidade Federal de Rondônia - UFRO

Departamento de Ciências Jurídicas/DCJ

Pós-Doutor pela UNESP/SP

Doutor pela Universidade de São Paulo


Ofício n.º 00213/2013 Brasília, 01 de abril de 2013.  

 
Senhor Presidente,
 
 
Ao cumprimentá-lo cordialmente encaminho-lhe cópia da
mensagem eletrônica que me foi dirigida pelo Sr. Vinício Carrilho Martinez,
deficiente físico, o qual denuncia o tratamento que vem sendo ofertado a
todos os portadores de necessidades especiais que utilizam o Aeroporto
Internacional de Guarulhos e que necessitam se submeter ao detector de
metais.
 
Diante do teor da missiva anexa, submeto o assunto a
sua consideração para que sejam adotadas as providências que forem
cabíveis para que o tratamento seja melhorado e incidentes como o narrado
não mais aconteçam.
 
Desde já agradeço pela atenção dispensada,
oportunidade em que renovo votos de elevada consideração.
 
 
Senador EDUARDO MATARAZZO SUPLICY
 
 
Ao Ilustríssimo Senhor
ANTÔNIO GUSTAVO MATOS DO VALE
Presidente da Infraero
Estrada do Aeroporto, Setor de Concessionária - Lote 5
71608-050 - Brasília – DF
 
 

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