Quarta-feira, 20 de dezembro de 2006 - 20h46
Na campanha eleitoral, por diversas vezes, insisti na tecla de que não gostaria que Lula da Silva fosse reeleito pela falta de propostas para mudar o país. Embora seu primeiro mandato tenha sido marcado pela corrupção, pelo "Mensalão", este era apenas o lado mais exposto e mais explicito do governo, porém sua fraqueza real sempre apareceu como força. Aqui é preciso lembrar que Lula se elegeu contra os magros números de crescimento da era FHC. Sua bandeira principal foi a de que iria criar o "espetáculo do crescimento" e ia gerar os dez milhões de empregos que negou ter prometido por não constar das propostas partidárias. No governo, no entanto Lula adotou a mesmíssima política de seu antecessor: apenas adotou uma ortodoxia ainda maior em relação a taxas de juros mantendo-as altas, malgrado o ótimo ambiente externo. Manteve a estabilidade que FHC havia criado, porém o crescimento foi pífio, não escapou do patamar do antecessor, e o desemprego cresceu para 9,3% com a criação de menos da metade dos empregos prometidos. Em suma Lula não tinha projeto nem sabia o que fazer.
No entanto o povo, fortemente influenciado pelo assistencialismo oficial da bolsa-família, a conivência silenciosa das elites financeiras e dos meios de comunicação fartamente pagos a verbas públicas e juros altos, com a complacência de uma oposição omissa ou comprada que nenhum por um segundo pensou no futuro do país. Quando se falava nos baixos níveis de crescimento o governo negava dizendo que ia crescer 4,5% este ano. Passada a eleição Lula confessou o que os especialistas sabiam: não sabe o que fazer para o país crescer os 5% que precisa. E mais: frustrado com previsões do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada-IPEA, órgão do governo federal, e a Fundação Getúlio Vargas-FGV dizem que o Brasil dificilmente atingirá a meta de uma expansão de 5% no Produto Interno Bruto-PIB nos próximos anos, o presidente Lula da Silva decidiu apressar a discussão sobre as medidas para destravar a economia. Também, para o novo mandato, pretende fazer uma ampla coalizão em torno de um projeto comum de governo para assegurar o crescimento do país. É a confissão não dita de que não bastam intenções para fazer o país crescer de forma sustentada. Também a falta de coragem para fazer o que deve ser feito como a melhoria das despesas públicas, as reformas tributárias, políticas e trabalhistas. Porém como um dirigente que tenta conciliar tudo, que não gosta de ler nem de sentar para trabalhar vai fazer isto? Não vai. Lula nem mesmo define logo seu novo ministério nem diminui o tamanho dos ministérios que já seria uma sinalização de mudança. Não se enganem. Nada vai mudar. Talvez, segurando as rédeas de companheiros mais afoitos no uso de recursos públicos, a corrupção visível seja menor, porém o fracasso fundamental do governo Lula será sustentado: não vamos crescer. Lula só faz marketing: como a ação de inconstitucionalidade para aproveitar o sentimento popular. È suficiente para se eleger. Insuficiente para gerir, de fato, o país.
spersivo@yahoo.com.br
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