Terça-feira, 21 de maio de 2024 - 14h52
É verdade que não devia
contar. Mas, com o tempo sempre a língua vai ficando solta e se perde até o
receio de passar por vaidoso. O fato é que vivi uns tempos num seringal e matei
muitas onças. Não foi por prazer nem por medo. Muitas vezes para salvar as galinhas
ou um cachorro com o estranho nome de Cipó, só por ser um tanto compridinho.
Lembro que não tive medo, exceto uma vez quando, inesperadamente, topei com uma
no caminho. Matei algumas onças calmo, tranquilo, como se fosse um mateiro
velho, um caçador experimentado. Só tinha um problema: depois, quando via o
animal morto, me dava uma tremedeira incontrolável. Não sei se acontece com
outros assim, mas tive essas reações retardadas. Um amigo meu de caçada me
consolou afirmando que na hora de matar onça minha fleugma era britânica e que
me comportava como um bom político que, mesmo culpado, frente à uma comissão de
inquérito, se mantém como se estivesse explicando o óbvio. Hoje, certamente,
diria como um dilapidador do erário público, mesmo diante da avalanche de lama
e de denúncias, se diz inocente. Até mesmo o mais inocente do mundo. Não quero,
no entanto, entrar neste campo da política até porque sou um tanto cético
quanto à realidade dela e, aprendi, ser melhor ficar distante desta arena.
Melhor é deixar o barco correr porque somente sobra para nós, aqui embaixo, os
contribuintes. Não sou juiz para andar atrás de rombos, ocasionais ou não, bem
ou mal remendados, nem tenho razões para avaliar o desempenho de algum piloto.
Quero é ir empurrando o barco, pescando, quando posso, meu peixe e viver minha
vida mansa. Nada de azucrinar comandante, de vez que, se o barco afunda, vamos
pagar o pato e ganhar o que Maria ganha na capoeira. Se o barco está à deriva,
ou não. Se o homem mente muito ou pouco, não sei, nem quero saber. Meu desejo
maior é que o bom Deus permita que as coisas se arranjem, que possamos ter uma
trajetória melhor do que a dos juros e dos preços altos. O que almejo mesmo é
conservar a fleugma dos ingleses que já tive, nos velhos tempos do seringal,
quando matava onças até sem ter balas de reserva. Não permanecer apático, não.
Pode ser que, depois dos tempos ruins passados, até volte a reação retardada da
tremedeira. Com certeza procuro ser mesmo é um bom brasileiro. Até com as
coisas indo ruins continuar acreditando no futuro. Mais do que nunca é preciso
cultivar a esperança. Afinal os aviões decolam contra o vento. E, hoje, sinto
até vergonha de pensar que já matei onça.
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