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Gente de Opinião

Silvio Persivo

Mídias sociais tendem a aumentar a influência no consumo



Silvio Persivo
 

Uma pesquisa norte-americana, feita durante um período de mais de dois anos, pela CivicScience, mapeou o que influencia mais os consumidores na hora de comprar, onde comer e o que assistir: anúncios na TV, propaganda na internet ou conversa nas redes sociais. Observando os resultados durante um tempo a empresa chegou a alguns resultados:

1)      Que a influência da TV sobre o comportamento do consumidor está diminuindo. E mais pelo encolhimento significativo da influência da televisão;

2)      O clima (por lá, é claro) influencia muito. Quando o clima é quente, as pessoas são mais influenciadas pelas redes e com a temperatura mais baixa a influência da TV é maior;

3)      Os anúncios na internet apresentam um crescimento gradual, mas, com menos volatilidade que TV ou mídia social.

O questionário foi respondido por mais de 17 mil adultos norte-americanos e o total de respostas variou entre 2 mil e 5 mil, de forma que se trata de uma pesquisa bastante representativa. Há, no entanto, algumas análises que foram feitas que devem ser levadas em consideração. Apesar de tudo, a pesquisa mostra que existe uma crescente percentagem de consumidores dizendo que conversas em redes sociais são as que mais os influenciam. A proliferação dos dispositivos móveis, por exemplo, é um fator importante de modificação. Durante este mesmo período de tempo, os dados mostraram que os possuidores de smartphones passaram de 53% para 67%, e os usuários de tablets passaram de 32% para 52%. Ou seja, o acesso a mídias sociais está ficando maior e, por incrível que pareça, isto não significa que há menos gente assistindo episódios inteiros de conteúdo de TV. Estes números continuaram praticamente iguais no mesmo período. Porém, os que se dizem mais influenciados pelos anunciantes da TV são muito mais “tradicionais” nos seus atributos. Eles tendem a ter mais de 45 anos, assistem a mais de quatro horas de televisão por dia, preferem meios tradicionais de comunicação (ligação via telefone fixo) e, a maioria, se não todos, compram em lojas físicas. Eles são mais propensos a dirigirem carros produzidos nos Estados Unidos e a comer nas redes de fast-food. Enquanto que o segmento que alega ser mais influenciado pelos comentários das redes sociais tem certa tendência feminina; são mais propícios a ter entre 18 e 29 anos; dizem ser viciados em devices digitais; preferem comer nos restaurantes casuais ou locais; dirigem carros feitos no Japão; e assistem TV por outros aparelhos. É neste grupo que os anunciantes precisam focar, já que são consumidores que prestam muita atenção em comentários, e o botão de compartilhar está a um toque de distância. A vantagem deste público é que podem ser fortes aliados para a aceitação de um produto. Há um dado importante que é o fato de que os anúncios digitais conseguem atingir no pico 14% dos consumidores, ou seja, não funcionam tão bem, o que é um fator de dificuldade para quem vive de publicidade digital. Vale ressaltar que a pesquisa é norte-americana. Mas, não deixa de ser uma luz de farol para o nosso futuro. Tenho sérias dúvidas sobre sua validade entre nós, porém, não tenho dúvida nenhuma de que o forte aumento do número de equipamentos móveis transforma o mercado brasileiro e, com certeza, modifica também a forma de avaliar os produtos e aumenta a influência das mídias sociais.

* O conteúdo opinativo acima é de inteira responsabilidade do colaborador e titular desta coluna. O Portal Gente de Opinião não tem responsabilidade legal pela "OPINIÃO", que é exclusiva do autor.

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