Terça-feira, 25 de outubro de 2011 - 17h20
Silvio Persivo (*)
Não bastassem os economistas e futurólogos afirmando que uma possível desaceleração do crescimento chinês, aliado com os problemas europeus e norte-americanos, apontam para a possibilidade de termos um 2012 muito difícil, agora, quem vem nos assustar é a astrologia, esta inefável e imprecisa ciência que, todos nós negamos acreditar, porém, invariavelmente, corremos para ler nos jornais, por mais inacreditáveis que sejam suas previsões. O fato é que o astrólogo Ivan Freitas faz uma correlação entre o passado e o presente afirmando que “O mesmo céu que regeu o período da grande depressão econômica advinda do crash da Bolsa de Nova York (em 1929) está regendo o céu na atualidade, desde a quebra do Lehman Brothers (em 2008)”. Ou seja, a mesma quadratura que se formou no céu no dia da quebra da Bolsa de Nova York, em 29 de outubro de 1929, a terça-feira negra (“Black Tuesday”), se repete, 83 anos depois. Segundo os astrólogos, naquele dia, o planeta Urano, responsável pelas mudanças drásticas, repentinas e as situações críticas, colocou-se a 08º22’ do signo de Áries, numa quadratura negativa com o planeta Plutão, que transforma as estruturas de poder. Pois é, estamos, novamente, sob as influências insondáveis do Sistema Solar e, para desespero e impotência nossa, no dia 23 de junho de 2012 Urano estará no mesmo 08º22’ do signo de Áries e novamente em quadratura com Plutão.” Podia ser pior: afinal havia até mesmo a predição desmoralizada de que o mundo ia acabar em 2012.
No terreno da realidade, todavia, há o fato real de que há indícios da desaceleração do gigante asiático, mas, a China ainda é um planeta de certa forma também insondável para nós. Afinal se ninguém acertou que iria tão rapidamente ascender no cenário mundial qual a razão para acertarem que terá um baque? É demasiado humano desejar ler o futuro e, neste ponto, a economia pode apontar, graças as chamadas contas nacionais, certas tendências. Ocorre que estas na China (e não somente lá, podem crer) é objeto de muita manipulação. Inflação e produto interno chineses são olhados com certa desconfiança, embora, como acontece com outros indicadores, são os que existem. Mas, o que se divulga, por enquanto, não autoriza ninguém a crer num declínio chinês. E se houver? É evidente que nos afeta, que afeta o mundo todo. No entanto, caso haja, termos que lidar com seus efeitos que, como já ocorreu com os EUA, pode ser bem menos dramático do que se pinta. Quando se trata de futuro, porém, astrologia e economia tem muito em comum: são excelente fontes de erros. E, me valendo de outra ciência que erra muito, a meteorologia, devo concluir que nuvens negras nem sempre são sinais de tempestade, daí, esperar que apesar das quadratura adversas , 2012, venha com muito mais surpresas agradáveis. Mesmo que não seja verdade é um consolo saber que ninguém sabe nada do futuro e, apesar dos astros, quem morre de véspera continua sendo o peru. Feliz 2012!
(*) É economista e doutor em Desenvolvimento Sustentável.
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Fonte: Sílvio Persivo - silvio.persivo@gmail.com
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