Sábado, 5 de agosto de 2006 - 22h22
Uma pergunta que não me sai da cabeça é: quais os interesses por trás das espetaculares prisões da Operação Dominó em Rondônia? Não me venham falar que estão fazendo justiça num país em que a injustiça é a norma. Não me venham, por favor, dizer que o tempo, a hora, o local, a cobertura da imprensa, a época pré-eleitoral é um acaso. Nada é por acaso. Tudo foi premeditado, tramado e calculado. As prisões espetaculares, o aparato desproporcional (350 homens para prender 23 dos quais, como se comprovou, nenhum resistiria à prisão), aviões, câmeras, o passeio dos presos algemados, o linchamento moral sem defesa dos envolvidos. Não estou defendendo ninguém. Os culpados devem ser punidos. A questão é o modo, a forma, a espetacularização.
Se foi uma operação modelo, um castigo exemplar, então cabe perguntar: por que Rondônia? Em que Rondônia é pior, ou melhor, do que qualquer outro Estado em ética e corrupção? Será que por aqui nós somos mais corruptos? A resposta que posso dar é uma só: não! Se efetuada uma operação, como a que aqui foi feita, em qualquer outro Estado, talvez o resultado seja muito mais surpreendente. Não quero espalhar mais lama do que a espalhada, mas duvido que mais do que, com otimismo, dois ou três Estados passem no teste. E, talvez, olha que escrevo só talvez, escapem algumas instâncias federais.
A Operação Dominó foi excelente. Que a Polícia Federal merece parabéns ninguém duvida. A questão está além, muito além, dela, que é um instrumento. Aqui vale lembrar que algo semelhante e menos espetacular, foi feito, na eleição passada, quando prenderam o ex-senador Ernandes Amorim. O processo, depois de todas as prisões espetaculares, foi anulado. Amorim é candidato e deve ser eleito deputado. A Rede Globo, impiedosamente, passou semanas dedicando o Fantástico às fitas do governador Cassol com cenas dos deputados que o estariam extorquindo. Usou e abusou. Rondônia virou exemplo de corrupção nacional. Não foi por acaso e não adiantou. A podridão do Mensalão explodiu e sufocou o foco em Rondônia. Fim da manobra de despistamento. Não vai adiantar de novo. As luzes na periferia são para esconder a grandeza da corrupção nacional. Não vai dar certo de novo.
Se desejarem, de fato, passar o país a limpo é bom começar por cima. Pelo centro. Não será aqui que irão encontrar os pais e as mães dos G-Techs, dos sanguessugas, dos contratos superfaturados dos Correios, as fontes do Mensalão, o mau uso dos recursos dos fundos de pensões, a evasão dos dólares do Banestados, o nascedouro dos bilhões dos paraísos fiscais, os rombos pendentes de investigação no Banco do Brasil, na Petrobrás, em Furnas e outros que é fastidioso enumerar. Prenderam as piabinhas de Rondônia, em termos nacionais, pegaram os três Ps de novo. Que tal repetir a experiência em Brasília? E nem vai precisar de avião. Agosto ainda não terminou.
Fonte: Sílvio Persivo
Uma digressão sobre o uso do Chatgpt e a herança genética
Foi, recentemente, divulgado um estudo dos pesquisadores do Laboratório de Mídia do MIT que apresentou como resultado o fato de que os usuários do C
O Manchester City herdou o sobrenatural de Almeida
O futebol, hoje, como todas as coisas é globalizado. É verdade que, até por uma questão econômica, a Europa apresenta-se como num patamar superior,
Livro inédito sobre Elon Musk é um convite para pensar sobre nossas convicções
Há certas pessoas que são impossíveis, se goste ou não, de ser ignoradas pela diferença que fazem no seu tempo. Um César, um Alexandre, um Napoleão,
Gefion: o supercomputador que está transformando a inovação
Você já ouviu falar no Gefion? Ele é o primeiro supercomputador da Dinamarca, e uma verdadeira potência tecnológica! Inaugurado em 23 de outubro de