Domingo, 2 de setembro de 2012 - 10h14
Há períodos em que a vida da gente é um estado de guerra. Como essa guerra ocorre em nosso íntimo, as pessoas em nossa volta não se dão conta disso e buscam na gente a companhia alegre, a conversa interessante, enfim, a saudável parceria do próximo, coisa que aliás torna a vida muito melhor.
A pessoa cuja vida está em estado de guerra pode até fingir, mas isso não diminui a intensidade do bombardeio; a guerra continua lá e vai com ela ao trabalho, vai com ela ao supermercado, vai com ela ao restaurante e, o que é pior, dorme juntinho com ela.
Evidentemente, o sono não tem como ser contínuo; no meio da noite a pessoa é acordada pelos monstros que fazem parte do estado de guerra em que está mergulhada. Esses são os piores fantasmas, aqueles que dão uma breve trégua na hora em que, esgotada, a pessoa cochila; esta é a deixa para que todos eles se reúnam em volta da cama para aterrorizá-la; é a guerra que consome sua alegria, com todo o seu horror...
Esta guerra pode se chamar depressão, ou pode ter outros nomes, como pânico, rejeição, separação, conflito, doença etc. Enfim, o nome e a causa variam de acordo com o motivo que deflagra a guerra.
Quando desperta, subitamente, na madrugada, o primeiro pensamento da pessoa em estado de guerra é a própria guerra: meu Deus, como foi acontecer isto? Por que aconteceu? O que fiz de errado? Nessa hora, todos os “erros” cometidos ao longo da existência desfilam em sua frente, desde a formiga que matou na infância até a situação que a levou ao inferno que está vivendo; aí o indivíduo se martiriza por um sentimento terrível: a culpa.
E a culpa é o mais cruel dos sentimentos, porque faz com que os erros do passado tomem forma e ganhem vozes que passam a atormentar o indivíduo, convencendo-o de que é indigno da condição humana.
Hoje, enquanto tomava o café da manhã, liguei a televisão e na tela havia uma grande frase que dizia assim:
USE A CALMA. A VIDA PODE SER UM ESTADO DE GUERRA. MAS O ESTADO DE GUERRA NUNCA SERÁ UMA VIDA BOA.
(Chico Xavier)
Depois de refletir sobre esta lição tão profunda, ficou-me o conforto de buscar em meu íntimo a Calma que certamente veio comigo do Cosmos; sei que ela vive em meu espírito; é a arma com a qual luto para combater o terrível estado de guerra...
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