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Roque

gillettePRESS - Mais uma do presidente


 

 

Em novo anúncio para “aquecer” os empréstimos habitacionais e a indústria da construção civil, o Governo noticiou que vai aumentar o valor do imóvel financiável com recursos do FGTS para R$ 500.000,00, onde será possível financiar até 90%, com taxas de 8,4% ao ano de juros, mais correção monetária, em até 30 anos.

 

 
Bolsa-Cobertura
 
Para o presidente do IBEDEC, José Geraldo Tardin, “a medida pode ser chamada de bolsa-cobertura, já que por este preço é possível adquirir uma cobertura em vários bairros das grandes cidades e é um tipo de financiamento que só se destina ao alto escalão do Governo ou aos executivos de grandes empresas, face à renda que será exigida para sua concessão.”
 
Humilhação para o povinho
 
Um exemplo:
Valor do Imóvel: R$ 500.000,00
Valor Financiável: R$ 450.000,00 (= 90% do valor do imóvel)
Taxa de Juros: 8,4% ao ano
Prazo Máximo: 30 anos (360 meses)
Valor da Parcela: R$ 4.400,00
 
Renda Exigida !!!
Salário de R$ 15.000,00 para comprometimento de 30% com 1ª Parcela

R$ 22.000,00 para comprometimento de 20% com 1ª Parcela

 
Cá com meus botões
 
Nas contas acima, não estão computados os valores de correção monetária, que hoje é atrelado à TR e infla em mais 3% ao ano o saldo devedor.
No exemplo acima, o valor total pago ao final do financiamento será de cerca de R$ 1.600.000,00 (um milhão e seiscentos mil reais).
- Uma fortuna para milhões de brasileiros!
 
Contra-senso
 
Só Ministros, funcionários do alto escalão do governo e executivos de grandes empresas podem comprovar renda para ter acesso a um financiamento deste tipo. E o risco do mutuário que tomar este tipo de empréstimo ficar inadimplente é muito grande, face ao alto valor das parcelas em relação à sua renda, o que revela que um grande risco para o SFH e é um contra-senso em um momento de grave crise econômica.
 
E... “nó is aqui, ó!”
 

- O ideal seria o governo baixar os juros do financiamento habitacional para a classe média aos mesmos níveis cobrados da classe baixa, que hoje é de 5% ao ano. Não há justificativa para cobrar juros maiores de quem tem maior renda, se a fonte dos recursos é a mesma (poupança e FGTS) para todos os financiamentos. Isto penaliza a classe média, não estimula o real aquecimento da economia e dificulta o acesso de mais famílias ao financiamento habitacional.

 
Para refletir
 
“Do rio que tudo arrasta se diz violento, mas ninguém diz violentas
as margens que o comprimem”. - (Bertold Brecht)

Fonte: Antonio Roque

* O conteúdo opinativo acima é de inteira responsabilidade do colaborador e titular desta coluna. O Portal Gente de Opinião não tem responsabilidade legal pela "OPINIÃO", que é exclusiva do autor.

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