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Paulo Saldanha

Paulo Soares de Medeiros


 
 Paulo Cordeiro Saldanha*

Em comum com ele não apenas o primeiro nome e a letra “S” que o identifica como Soares, assim como o Medeiros, adquirido dos pais, como ele, nordestinos da Paraíba, Estado cujos oriundos de lá, ajudou a Amazônia progredir, contribuindo para o crescimento e desenvolvimento de Rondônia no contexto maior e de Guajará-Mirim, no particular.

Na verdade, há muita consideração, respeito e afeto a nos unir!

O Paulo Medeiros saiu da casa paterna muito cedo. Nem tinha dezesseis anos. Um dia, descobrindo Rondônia, aportou em Guajará-Mirim. Estudou e estudou, concluiu o Ginásio. Enfrentou o desafio de trabalhar e, à noite, continuar freqüentando a Escola Técnica de Comércio.

Inicio dos anos sessenta. Fomos colegas na quarta série do ginásio Paulo Saldanha. Aluno dos melhores, bastante Caxias, ria das estripulias que eu e o Clayton Guimarães Covas aprontávamos, mais novos que ele, em face da imaturidade que nos levava a fazer brincadeiras na sala de aula.

Sempre na dele, não deixava de dar suas ideias, com a convicção daqueles jovens que tinham (ele sempre foi assim) forte personalidade.
Foi por isso mesmo, logo se identificando com a cidade, fazendo amigos e crescendo no conceito de todos. Chegou trabalhando com fotografias, mas, de conquistas em conquistas, ganhou credibilidade como emérito professor de algumas gerações do município.

Andou pelo Centro Oeste e viveu na cidade de Cáceres. Em 1975 ou em 1976 nos reencontramos na capital mato-grossense, onde ganhei um abraço bem apertado do amigo que tinha perdido de vista, em face da profissão escolhida, que me remetia para outras terras.

Com aquela voz miúda, agradável e nítida conversamos lá dentro da Agência do BASA, num momento em que, – noutro dia, me lembrava ele–, ao saber da sua presença, interrompi uma reunião para celebrar a sua chegada e, comovido, dar o meu fraterno abraço num companheiro de fé, meu irmão, camarada!

Anos depois, já em Manaus, capital onde passei a viver e trabalhar, por força de uma promoção na carreira, nos vimos novamente e festejamos a nossa alegria.

Um dia retornei para a terrinha querida. E, vira-e-mexe, o vejo sempre de bom astral, alegre, sorridente, cumprimentando seus ex-alunos e amigos de longa data.

Nesses instantes pedimos licença ao tempo e nos debruçamos sobre os assuntos de nossos interesses, a literatura, os livros e as noticias da atualidade, com direito às análises do cotidiano, das enchentes no Sudeste, da seca no Nordeste e dos problemas japoneses, que nos atingem também, porque temos bom coração e somos dotados do espírito de solidariedade.

Vejo que ele continua jovial, bom caráter, com um elevado prestígio digno de registro, porque se trata de homem íntegro, polido, extremamente afável e fraterno como um verdadeiro e bondoso irmão.
Rever o bom amigo simboliza um remédio para a alma; não percebi até hoje, seja no menino, nem no jovem Paulo ou no Senhor Paulo Medeiros, nenhuma contra-indicação.

Parece-me até que deram a Deus um projeto para a criação de um homem absolutamente virtuoso, sem ser sacerdote ou pastor, que teria tamanha aceitação. E o Paulo foi encaminhado à terra. Mas, Deus, depois, perdeu ou jogou fora a planta, aquele esboço, aquele intento divinal. Só um deveria ser concebido!

E, por isso, me sinto orgulhoso de ser seu amigo, como dele foi meu Pai, de quem se tornou compadre.

Alguém já disse que “A amizade é o ingrediente mais importante na receita da vida”.

O Paulo Medeiros é dessas pessoas que recolhe em vida a exuberância do reconhecimento de todos, haja vista o manancial de apreço que, sem querer querendo, angariou, mobilizou, capitalizou como energia vital para saborear a sua trajetória, enquanto o seu caminhar físico e espiritual nesta terra lhe dá de sobra tantos dividendos em bênçãos, que lhes são derramadas, em face da quantidade de afeto que lhe chega à profusão.

Quando me lembro do Paulo Medeiros recordo do Salmo 133: “Oh! quão bom e quão suave é que os irmãos vivam em união. É como o óleo precioso sobre a cabeça, que desce sobre a barba, a barba de Arão, e que desce à orla das suas vestes. Como o orvalho de Hermom, e como o que desce sobre os montes de Sião, porque ali o SENHOR ordena a bênção e a vida para sempre”.

Como irmão, sim, ele sempre será lembrado...

 

*Membro Fundador da Academia Guajaramirense de Letras – AGL e Membro Efetivo da Academia de Letras de Rondônia – ACLER.
 

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Fonte: Paulo Cordeiro Saldanha

*Membro Fundador da Academia Guajaramirense de Letras-AGL e Membro Efetivo da Academia de Letras de Rondônia-ACLER.
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